Pazuello nega responsabilidade do governo federal na crise de Manaus — Rádio Senado
CPI da Pandemia

Pazuello nega responsabilidade do governo federal na crise de Manaus

O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello voltou a responsabilizar o governo do Amazonas e a empresa fornecedora  de oxigênio pelo colapso de Manaus em janeiro. E revelou que o presidente Bolsonaro rejeitou pedido de intervenção no estado. Para a senadora Simonte Tebet (MDB-MS), Pazuello assumiu responsabilidade ao blindar o presidente Bolsonaro. Já o senador Marcos Rogério (DEM-RO) ressaltou que governadores e prefeitos devem ser responsabilizados pelos desacertos da pandemia. Saiba como foi o segundo dia de depoimento do ex-ministro.

20/05/2021, 20h54 - ATUALIZADO EM 20/05/2021, 20h54
Duração de áudio: 03:54
Leopoldo Silva/Agência Senado

Transcrição
LOC: EX-MINISTRO DA SAÚDE NEGA RESPONSABILIDADE DO GOVERNO FEDERAL NA CRISE DE MANAUS E INTERFERÊNCIAS DE BOLSONARO. LOC: SENADORES AFIRMAM QUE PAZUELLO ASSUMIU A CULPA PARA POUPAR PRESIDENTE DA REPÚBLICA. JÁ GOVERNISTAS DESTACAM COMPETÊNCIA DOS ESTADOS E MUNICÍPIOS NA PANDEMIA. REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN TÉC: No segundo dia de depoimento, o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, esclareceu que a missão cumprida, mencionada na quarta-feira como motivo para a demissão, não significou acabar com a pandemia. Disse que no jargão militar a expressão seria o mesmo que fazer apenas o que lhe cabia considerando uma parte do todo. Pazuello voltou a responsabilizar o governo do Amazonas e a empresa fornecedora de oxigênio pelo colapso de Manaus em janeiro. Ele admitiu, no entanto, que o presidente Bolsonaro rejeitou o pedido de intervenção na saúde no estado após uma reunião com o governador Wilson Lima. (Pazuello) Foi levada à reunião de ministros com o presidente e o governador presente se explicou, apresentou suas observações e foi decidido pela não intervenção. Foi desta forma que aconteceu. REP: O senador Randolfe Rodrigues, da Rede Sustentabilidade do Amapá, questionou a demora na assinatura do contrato com a Pfizer ao que o ex-ministro reforçou a necessidade da aprovação da lei autorizando o governo, também contestada por Randolfe ao citar uma minuta de medida provisória em dezembro com a autorização para o governo assumir as responsabilidades civis. O senador perguntou se Pazuello tinha desistido da compra das vacinas do Instituto Butantan após o presidente Bolsonaro desautorizá-lo publicamente. Ao afirmar que não existia contrato, Pazuello negou a retirada de um post do Twitter com o anúncio da compra da coronavac. (Randolfe/Pazuello) O ministro Pazuello anunciou hoje a assinatura do protocolo de intenções para adquirir 46 milhões de doses da vacina Butatan -Sinovac covid. (Isso não é contrato, é um memorando de entendimento) Por que logo depois da declaração do presidente da República, isso foi retirado? (Retirado?) Retirado, deletado? (Isso é atualizado todos os dias) Não. Esse tweet foi retirado, deletado. (Senador, olha só, eu não faço uso de Twitter). (Eu estava lá) REP: Pazuello não considera que os posicionamentos pessoais de Bolsonaro tiveram impacto na pandemia e disse que os gestores em todos os níveis são responsáveis. Ele voltou a negar ingerência de Bolsonaro e a defesa do uso da cloroquina. A senadora Simone Tebet, do MDB de Mato Grosso do Sul, avalia que Pazuello se valeu do habeas corpus para apresentar a defesa do governo, mas acabou assumindo toda responsabilidade pelos desacertos da pandemia. (Simone) Mas ele nos deixa muito claro que essa autonomia que ele diz ter e que não tem vai imputar a ele toda e qualquer futura responsabilidade, se houver, por ação ou omissão do governo em relação ao combate ao coronavírus. Acho que ele defende e protege o presidente da República, mas acaba com isso trazendo para si uma série de responsabilidade daquilo que constar no relatório do senador Renan Calheiros. REP: Ao citar o posicionamento político de parte da CPI contra Bolsonaro, o senador Marcos Rogério, do Democratas de Rondônia, defendeu que governadores e prefeitos também respondem pela crise. (Marcos) Quando se questionou sobre o fechamento do hospital de campanha, o ministro afirmou que a decisão pelo fechamento do hospital de campanha foi uma decisão do Governo do Estado do Amazonas. No meio da pandemia isso é um crime contra a sociedade. Outros estados ainda continuam mantendo seus hospitais e outros por razão local acabaram fechando. Tudo isso tem que ser investigado profundamente. REP: O ex-ministro da Saúde reafirmou que o TrateCov, plataforma para médicos, foi uma experiência restrita a Manaus e retirada do site após ter sido clonada. Eduardo Pazuello também negou que se candidatará ao governo ou ao Senado nas próximas eleições. Da Rádio Senado, Hérica Christian.

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