Ernesto Araújo responsabiliza Saúde por falta de vacinas e insumos — Rádio Senado
CPI da Pandemia

Ernesto Araújo responsabiliza Saúde por falta de vacinas e insumos

Em depoimento à CPI da Pandemia, o ex-ministro Relações Exteriores Ernesto Araújo disse que o Itamaraty atuou segundo orientações do Ministério da Saúde, que decidiu por uma cota menor de vacinas no consórcio internacional Covax Facility. O ex-chanceler negou atritos diplomáticos com a China e ressaltou que o país entregou imunizantes e insumos. Ele também confirmou empenho na importação de cloroquina. A senadora Kátia Abreu (PP-TO) disse que o negacionismo do ex-ministro conduziu o Brasil para o “naufrágio”. Já o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) afirmou que a condução de Ernesto resultou em milhares de vacinas para o Brasil.

18/05/2021, 20h39 - ATUALIZADO EM 18/05/2021, 20h39
Duração de áudio: 03:24
Edilson Rodrigues/Agência Senado

Transcrição
LOC: NA CPI DA PANDEMIA, EX-MINISTRO DAS RELAÇÕES EXTERIORES RESPONSABILIZA O MINISTÉRIO DA SAÚDE PELA FALTA DE VACINAS E INSUMOS. LOC: EX-CHANCELER NEGA ATRITOS COM A CHINA E A ÍNDIA POR POSICIONAMENTOS IDEOLÓGICOS E ASSEGURA TER BOAS RELAÇÕES COM OS DOIS PAÍSES. REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN TÉC: Em depoimento à CPI da Pandemia, o ex-ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, disse que não houve uma orientação do governo para a atuação internacional do Brasil na crise sanitária. Segundo ele, o Itamaraty se movia quando provocado pelo Ministério da Saúde, que decidiu pela cota de 10% das doses do consórcio Covax Facility da Organização Mundial do Comércio no lugar da de 50% da população em setembro e não em abril. Ernesto Araújo confirmou empenho na importação de cloroquina e disse que a viagem a Israel para conhecer um spray nasal neste ano foi um pedido do presidente da República. Ao negar atritos diplomáticos com a China, Ernesto Araújo avaliou que declarações polêmicas de Jair Bolsonaro não prejudicam as relações com o maior fornecedor de vacinas e insumos contra a covid-19. (Ernesto) Todo mundo acha que criamos problemas com a China, menos a China. As autoridades chinesas jamais nos deram indicação direta ou indireta de que qualquer comportamento do governo brasileiro tivesse resultado em problema e que isso se refletisse de alguma forma nas questões das vacinas. Nem posicionamento político, nem condicionamento comercial, nem discriminação aconteceram e não há indício disso. REP: Ernesto Araújo criticou a OMS por falta de transparência e mudanças de posicionamento. E disse que o atraso na entrega de vacinas para o Brasil se deve aos próprios laboratórios em decorrência do aumento da demanda mundial. O ex-chanceler negou ingerências do presidente Bolsonaro e a existência de um gabinete paralelo. Ao citar uma política negacionista, a senadora Kátia Abreu, do PP do Tocantins, responsabilizou Ernesto Araújo pela falta de vacinas e insumos. (Kátia) O senhor é um negacionista compulsivo e omisso. O senhor no MRE foi uma bússola que nos direcionou para o caos, para o iceberg, para o naufrágio, bússola que nos levou para o naufrágio da política externa brasileira. O senhor não só colocou o Brasil para párea. O Brasil não é só párea. Ao invés de párea, o senhor colocou o Brasil na posição de irrelevância. REP: Ao citar um aumento nas exportações brasileiras para a China e a entrega de vacinas e insumos, o senador Fernando Bezerra Coelho, do MDB de Pernambuco, enalteceu a atuação de Ernesto Araújo. (Bezerra) Percebo que a condução da política externa durante sua gestão não constitui o fator que tenha prejudicado o Brasil durante a pandemia. O Brasil ingressou no Consórcio Covax Facility da Organização Mundial de Saúde, recebeu vacinas e insumos, inclusive sendo o destino principal das exportações chinesas. Lembrando que não cabe ao Itamaraty definir os tempos e a natureza dos contratos de compra de vacinas. REP: Ainda na CPI, Ernesto Araújo disse que não repassou a carta com a oferta de vacinas da Pfizer porque o presidente Bolsonaro tinha recebido o documento. E confirmou que o Brasil não agradeceu pela doação de oxigênio feita pela Venezuela a Manaus. O ex-chanceler revelou que foi dele a decisão de não assinar um acordo internacional contra notícias falsas por ferir a liberdade de expressão dos brasileiros. Da Rádio Senado, Hérica Christian.

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