Senadores divergem sobre posição da Anvisa de não autorizar importação da Sputnik V — Rádio Senado
Pandemia

Senadores divergem sobre posição da Anvisa de não autorizar importação da Sputnik V

A comissão que acompanha as ações de combate à pandemia ouviu nesta sexta-feira (7) o diretor da Anvisa Alex Machado sobre a não autorização de importação da vacina russa Sputnik V. Para o senador Esperidião Amim (PP-SC), a pressão sobre a agência é perigosa e não se pode autorizar a vacina baseado apenas na decisão de outros países. Já Humberto Costa (PT-PE) pediu que a Anvisa indique os próximos passos para que a aprovação possa acontecer. 

07/05/2021, 14h26 - ATUALIZADO EM 07/05/2021, 14h26
Duração de áudio: 02:24
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Transcrição
LOC: SEGUNDO A ANVISA, A VACINA SPUTNIK V TEM LACUNAS QUE NÃO PODEM SER IGNORADAS. LOC: A INFORMAÇÃO FOI PRESTADA À COMISSÃO QUE ACOMPANHAS AS AÇÕES DE ENFRENTAMENTO À PANDEMIA. OS SENADORES DIVERGIRAM SOBRE A NÃO AUTORIZAÇÃO DA IMPORTAÇÃO DO IMUNIZANTE RUSSO. A REPORTAGEM É DE MARCELLA CUNHA (Repórter) Segundo a Anvisa, a ausência de dados de segurança e eficácia da vacina russa Sputinik V levaram a rejeição, por unanimidade, do processo de importação. O diretor da Anvisa, Alex Machado, alegou que, embora o nível de exigências tenha sido reduzido para se adaptar à urgência da pandemia, algumas lacunas não podiam ser ignoradas. (Alex Machado) Não se restringe a questão do adenovírus replicante, é um conjunto de informações que nós não conseguimos estancar, conseguimos superar. Há muito nós abandonamos regras usuais de regulação. Para ir ao encontro desse momento, não dá para ficar, para falar num popular, num sarrafo alto de análise regulatória, há muito nós baixamos esse sarrafo. (Repórter) Para o presidente do consórcio de governadores, Wellington Dias, o uso da vacina em 64 países é uma das provas de segurança. O consórcio adquiriu 66 milhões de doses da Sputnik, que aguardam liberação da Anvisa. Durante a reunião, Wellington Dias chegou a se responsabilizar por fazer um monitoramento pós-vacina. Mas, para o senador Esperidião Amim, do PP de Santa Catarina, o Brasil não deve usar como regra a autorização por agências internacionais. (Esperidião Amim) Eu vejo com muita preocupação o tipo de pressão que está sendo feita contra a Anvisa. O vendedor tem que se ajustar ao exemplo do comprador, não é o mundo real que vai nos convencer, não é o exemplo dos outros 30 ou 40 países. Nós temos uma agência reguladora com credibilidade. (Repórter) Já o senador Humberto Costa, do PT de Pernambuco, defendeu que o momento exige medidas excepcionais e pediu que haja um esforço dos dois lados. (Humberto Costa) Nós não estamos vivendo uma situação normal quando alguém quer vender um medicamento para o Brasil e nós temos que esperar. Não! Nós temos que ser proativos neste momento. Não é o papel da Anvisa, mas ela precisa dizer quais são os caminhos, as exigências e o que pode ser feito, dentro de um consenso, para que isso possa acontecer. (Repórter) Os representantes da União Química, laboratório responsável pela produção da Sputnik V no Brasil, garantiram durante a reunião capacidade de produzir 8 milhões de doses por mês, com produção de IFA em território nacional. A Rússia aprovou nesta quinta-feira a Sputnik light, de dose única e com eficácia de quase 80%.

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