Liminar obrigando realização do Censo tem apoio no Senado — Rádio Senado
Censo demográfico

Liminar obrigando realização do Censo tem apoio no Senado

Em resposta ao ministro do Supremo Tribunal Federal, ministro Marco Aurélio Mello, que determinou a realização do Censo, o líder do Democratas, senador Marcos Rogério (RO), negou que o governo despreze o levantamento ao ressaltar que falta dinheiro. Já o líder do PSDB, senador Izalci Lucas (DF), cobrou o cumprimento do acordo em que o governo enviaria um crédito extraordinário para repor os cortes de mais de R$ 2 bilhões destinados ao Censo.

28/04/2021, 20h13 - ATUALIZADO EM 28/04/2021, 20h13
Duração de áudio: 02:46
Feliipe Sampaio / STF

Transcrição
LOC: SENADORES ELOGIAM DECISÃO DE MINISTRO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL QUE DETERMINOU A REALIZAÇÃO DO CENSO. LOC: ALIADOS DO GOVERNO VOLTAM A ARGUMENTAR QUE NÃO HÁ DINHEIRO PARA SE FAZER O LEVANTAMENTO ORÇADO EM DOIS BILHÕES DE REAIS. REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN TÉC: A pedido do governo do Maranhão, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Marco Aurélio Mello, determinou que o governo adote as providências necessárias para a realização do Censo neste ano. Na sanção do Orçamento de 2021, o presidente Jair Bolsonaro cortou R$ 17 milhões do IBGE, que ficou com apenas R$ 50 milhões dos R$ 2 bilhões necessários para o levantamento. O Censo é realizado a cada 10 anos para fazer um raio x da população brasileira e coletar informações sobre moradia, renda, escolaridade, acesso a tecnologias, por exemplo. Mas a edição do ano passado, adiada devido à pandemia, deveria ter começado neste ano. Ao citar o descumprimento de dever, o ministro Marco Aurélio ressaltou que o direito à informação é fundamental para a formulação e implementação das políticas públicas. O líder do Democratas, senador Marcos Rogério, de Rondônia, ressaltou que o governo reconhece a importância do Censo. Mas rebateu o ministro ao afirmar que caberá ao Supremo apontar de onde sairão os recursos para a pesquisa do IBGE diante da falta de dinheiro e do agravamento da pandemia. (Marcos) Talvez, o ministro que deu a decisão determinando que o governo faça o Censo também dê ao governo a condição orçamentária para isso porque determinar que o Poder Executivo faça esta ou aquela ação é muito fácil. Difícil é adequar o Orçamento para cumprir as muitas demandas de investimentos que o Brasil precisa. Eu não descarto a importância do Censo, agora é preciso conciliar essa obrigação com Orçamento que nós temos. REP: Já o líder do PSDB, senador Izalci Lucas, do Distrito Federal, lembrou o acordo assumido pelo governo de enviar ao Congresso Nacional um crédito extraordinário para a realização do Censo. (Izalci) Não há como você não fazer um Censo, não há como definir políticas públicas sem as informações. Mas para fazer custa e tem que vir de algum lugar. Então, cabe agora ao Congresso Nacional e ao Executivo buscarem viabilizar. Mas o Censo é fundamental e, de fato, temos que cumprir o acordo que foi feito e repor os recursos para viabilizar o Censo agora do IBGE, que é fundamental para o país. REP: O último Censo de 2010 contou com o trabalho de 230 mil pessoas, sendo 191 mil recenseadores, que coletaram e analisaram os dados de 67,6 milhões de lares visitados em todos os municípios durante quatro meses. Da Rádio Senado, Hérica Christian.

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