Senadores apontam desencontro de informações em campanhas contra covid — Rádio Senado
Comissão Covid-19

Senadores apontam desencontro de informações em campanhas contra covid

A comissão que acompanha as ações de enfrentamento à pandemia ouviu nesta terça-feira (6) o secretário especial Interino de Comunicação Social, Almirante Flávio Rocha. Ele afirmou que o presidente Jair Bolsonaro tem o cuidado de orientar as campanhas do governo. Senadores criticaram a escolha de termos como “atendimento precoce” e “tratamento precoce” e a falta de uniformidade nas informações passadas à população.

06/04/2021, 15h12 - ATUALIZADO EM 06/04/2021, 15h12
Duração de áudio: 02:41
Reprodução/TV Senado

Transcrição
LOC: OS SENADORES CRITICARAM O DESALINHAMENTO NAS INFORMAÇÕES DO GOVERNO NAS AÇÕES DE PUBLICIDADE SOBRE A PANDEMIA. LOC: SEGUNDO O MINISTÉRIO DAS COMUNICAÇÕES, O PRESIDENTE JAIR BOLSONARO É QUEM ORIENTA AS CAMPANHAS. A REPORTAGEM É DE MARCELLA CUNHA (Repórter) Em reunião na comissão da covid-19, o secretário especial Interino de Comunicação Social, Almirante Flávio Rocha, disse que o governo se antecipou aos demais países ao iniciar campanhas publicitárias em fevereiro de 2020, antes mesmo de a Organização Mundial da Saúde decretar oficialmente a pandemia. Segundo Rocha, a Secom optou por focar em mensagens de esperança para a população por conta da queda no número de casos no segundo semestre do ano passado. Rocha afirmou que o presidente Bolsonaro participa ativamente da criação das propagandas do governo. (Flávio Rocha) Ele orienta as campanhas. Hoje, na minha gestão, ele faz isso. Eu estou aqui há vinte dias, mas eu vejo o cuidado que ele tem em orientar as campanhas publicitárias à população. Ele tem um contato e um acesso muito próximo –, eu diria que a Secretaria de Comunicação não tem nenhuma dificuldade em estabelecer com o Presidente da República as orientações que vão resultar no processamento das campanhas. (Repórter) Sobre o tratamento precoce, Rocha esclareceu que as campanhas apenas incentivaram que os pacientes buscassem atendimento médico imediato ao observar os primeiros sintomas da doença e não o uso de remédios sem comprovação científica. Para o senador Izalci Lucas, do PSDB do Distrito Federal, os temos escolhidos geraram dúvidas na população em um momento crítico. (Izalci Lucas) O termo atendimento e tratamento gerou muita confusão aí. E essa confusão de informação não é um bom exemplo na falha de comunicação, essa dubiedade não traz muitas dúvidas? (Repórter) Para o senador Marcos do Val, do Podemos do Espírito Santo, não se pode condenar tentativas de tratamento. Ele ponderou, no entanto, que os posicionamentos do presidente da República atrapalham as medidas de enfrentamento à pandemia. (Marcos do Val) Nós estamos em uma guerra vale todas as estratégias. No futuro, lá na frente, vamos saber se realmente isso deu efeito ou não, era placebo. Eu sou um aliado do governo e fico agoniado de ver todo um esforço para que as informações cheguem para a sociedade e comportamento dele acaba levando isso por água abaixo. (Repórter) A comissão aprovou uma sugestão para o Senado financiar uma campanha publicitária nacional de prevenção à covid. O documento sugere ainda, que o presidente Rodrigo Pacheco se articule com governadores para disponibilizar as peças publicitárias a fim de propagar informações unificadas em todo o país.

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