Ceilândia, maior cidade do Distrito Federal, completa 50 anos — Rádio Senado
Homenagem

Ceilândia, maior cidade do Distrito Federal, completa 50 anos

Ceilândia, maior cidade do Distrito Federal, completa 50 anos. Para o senador Reguffe (Podemos-DF), Ceilândia é o coração do DF. Leila Barros (PSB-DF) ressalta a alegria do povo ceilandense e a marca nordestina presente na cidade. Izalci Lucas (PSDB-DF) destaca a um marco da cidade, a Feira. Ouça a homenagem da Rádio Senado.


25/03/2021, 20h27 - ATUALIZADO EM 25/03/2021, 20h27
Duração de áudio: 07:00
ceilandia.df.gov.br

Transcrição
LOC: A MAIOR CIDADE DO DISTRITO FEDERAL COMPLETA 50 ANOS. LOC: CEILÂNDIA FOI FUNDADA EM 27 DE MARÇO DE 1971, COMO PARTE DE UMA CAMPANHA DE ERRADICAÇÃO DE INVASÕES NA CAPITAL DO PAÍS. A REPORTAGEM É DE RODRIGO RESENDE TÉC: No início da década de 70 diversos pontos de Brasília abrigavam núcleos populacionais improvisados, com barracos sem estrutura, falta de luz e sem saneamento. Muitos que moravam nas chamadas invasões eram cidadãos que vieram para a construção de Brasília e por ali ficaram, sem conseguir uma renda adequada para se estabelecer. Em 71, o então governador Hélio Prates e sua equipe decidiram dar fim às invasões. Foi criada a CEI, Campanha de Erradicação de Invasões e de forma abruta surgiu uma nova cidade no DF: Ceilândia. Era para esse local que os moradores das invasões eram levados. Caso dos pais do Wellington Araújo: Wellington 1 - Em setenta e um o Governador de Brasília era o Hélio Prates e ele inaugurou Ceilândia e meus pais saíram do Morro do Urubu e foram pra Ceilândia, em mil novecentos e setenta e um. Foi e meu pai me conta que era uma época muito difícil, porque eles foram praticamente, praticamente não, eles foram largados, vieram em cima de um caminhão e o funcionário da, eu acho que era Novacap, ou Terracap na época, eles chegavam e falavam, aqui é o lote vocês. Não tinha nada, era só o mato e um monte de madeira que era pra construir um barraco. (REP) A data oficial de criação da Ceilândia é 27 de março de 1971. O Mário Balla foi para a cidade quase dez anos depois, com o auxílio do patrão: Mário Balla - Pode escolher o local que eu que eu financio pra você a casa. Aí eu escolhi aqui o setor O, Ceilândia, cara. Muito bom. Setor O está dentro da Ceilândia é muito grande, tem uma feira muito boa. É muito bom aqui, Rodrigo eu gosto muito da Ceilândia, foi em mil, mil novecentos e oitenta, né? É a minha cidade, da minha vida, cara. (REP) A cidade que nasceu meio de improviso tornou-se a maior do Distrito Federal. Estimativas do IBGE e da Codeplan mostram que a Ceilândia tem perto de 500 mil habitantes, um sexto de toda a população do DF. A jornalista Hérica Christian, que morou na Ceilândia nas décadas de 80 e 90, lembra que desses milhares de habitantes, destacam-se as mulheres: Hérica - A minha maior lembrança da Ceilândia é a lembrança de mulheres extremamente fortes. Elas costumavam tomar conta de seus lares, costumavam trabalhar fora, deixando seus filhos sob o cuidado deles mesmos pra garantir a sobrevivência dessa família. Então, mulheres fortes. (REP) O senador Reguffe, do Podemos do Distrito Federal, afirma que a Ceilândia é hoje o coração do DF: Reguffe - Ceilândia começou há cinquenta anos atrás com a CEI, com a Comissão de Erradicação de Invasões. E hoje se tornou uma cidade, uma cidade que é o coração do Distrito Federal, é a cidade mais populosa do Distrito Federal e que precisa cada vez mais criar mais vida econômica própria. (REP) A senadora Leila Barros, do PSB, destaca a presença nordestina na composição populacional da Ceilândia: Leila Barros - Um povo criativo, trabalhador, um povo alegre, eu tenho memórias afetivas incríveis da Ceilândia, porque sou de Taguatinga, mas meus finais de semana eu sempre estava na casa de tia, de uma tia ou da outra tia, as duas moram na Ceilândia e era ali, nos almoços de domingo, nós comíamos o nosso baião de dois, a nossa carne seca com com farinha, aí dançávamos um “forrozinho”. Então, identidade cultural fez com que a Ceilândia ela recebesse o título de capital da cultura nordestina do Distrito Federal. (REP) O senador Izalci Lucas, do PSDB, ressalta um dos pontos emblemáticos da Ceilândia: Izalci - Um dos lugares marcantes de Ceilândia é a feira central. Onde a gente encontra desde frutas, comidas, temperos e roupas, os jeitos, sotaques e a arte nordestina de fazer bonito no sabor. Na poesia e na criatividade para empreender. É também um lugar pra se reunir, conversar, fazer versos. É como diz o aviso da fachada. Ponto de encontro dos nordestinos. (REP) E o Wellington Araújo que nasceu em 1973, dois anos após a fundação da nova cidade e viveu toda a sua vida na Ceilândia, diz que um bom presente para a “Ceí” seria sua valorização pelo poder público: Wellington 2 - Sim, é a mensagem que eu quero deixar pra Ceilândia. Na verdade, também são pros nossos governantes, que olhem, olhem mais pro Ceilândia. Ela merece. Ela merece ... fico um pouco até emocionado, mas ela merece uma atenção melhor, é um povo assim muito trabalhador, um povo sofrido e merece mais uma atenção dos governantes de Brasília. (Rep) Nesta reportagem foram apresentadas as músicas “Cerrado” de Ramon Villaça, “Foi na Ceilândia”, do grupo Liberdade Condicional, “Forró de Brasília” com Paraibola e “A feira da Ceilândia” com Ellen Oléria. Da Rádio Senado, Rodrigo Resende.

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