Senadores debatem tratamento preventivo da covid-19 — Rádio Senado
Pandemia

Senadores debatem tratamento preventivo da covid-19

O Senado ouviu, nesta segunda-feira (15) posições divergentes quanto à eficácia e à segurança do uso de medicamentos, sem comprovação científica, como tratamento precoce no combate à covid-19. Senadores debateram o assunto em sessão temática que contou com a participação de pesquisadores e médicos imunologistas e infectologistas.

15/03/2021, 16h33 - ATUALIZADO EM 15/03/2021, 16h33
Duração de áudio: 03:02
Edilson Rodrigues/Agência Senado

Transcrição
LOC: ESPECIALISTAS DIVERGEM QUANTO À EFICÁCIA E À SEGURANÇA DO USO DE MEDICAMENTOS COMO TRATAMENTO PRECOCE NO COMBATE À COVID-19. LOC: SENADORES DEBATERAM O ASSUNTO EM SESSÃO TEMÁTICA QUE CONTOU COM A PARTICIPAÇÃO DE PESQUISADORES E MÉDICOS IMUNOLOGISTAS E INFECTOLOGISTAS. REPÓRTER RAQUEL TEIXEIRA. TÉC: Durante a sessão de debates sobre a eficácia dos tratamentos preventivos para combater a covid-19, a cardiologista Ellen Guimarães defendeu o uso de remédios como a hidroxicloroquina e a ivermectina como forma barata de diminuir a carga viral em pacientes, o que poderia evitar a internação hospitalar. (ELLEN) Somos a favor de prevenção farmacológica, que pode auxiliar a vacina no momento, que são o uso de medicações seguras no intuito de tentar evitar que tenha ou, se tiver, tenha uma doença leve. A gente fala de tentar diminuir a carga viral com medicações reposicionadas. Isso não é novo. E é uma forma rápida, funcional, barata para a gente poder lidar com casos agudos como a gente está agora. Rep: Já o presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, Clóvis Arns, destacou que estudos descartam os benefícios de qualquer medicamento usado na fase precoce da doença. (CLÓVIS) nenhuma sociedade médica brasileira indica ou recomenda o tratamento precoce porque essas evidências científicas baseadas em estudo clínico não mostraram benefício. E mais do que isso, as agências regulatórias que controlam medicamento no Brasil e no mundo, são unânimes em alertar a população de que essas medicações não mostraram benefício. Rep: O senador Eduardo Girão, do Podemos do Ceará, afirmou que o mais importante nesse momento é salvar vidas. (EDUARDO) O fato é que nós estamos com 280 mil mortes no Brasil. Estamos em uma guerra. E, assim, você precisa usar todas as armas. O que importa é salvar vidas. Não é hora de política. Então, pouco me importa se é o Presidente da República que defende o tratamento ou se é um opositor mor dele. Isso não é para ser avaliado. A gente tem que ver o que os resultados clínicos dizem, o que a ciência diz. Rep: E Zenaide Maia, do Pros do Rio Grande do Norte, que também é médica, lembrou a necessidade de comprovação científica para o uso de qualquer droga. (ZENAIDE) E eu queria dizer que eu sou médica e eu tenho autonomia para medicar meus pacientes. Mas dentro da ciência, gente. Eu não posso fazendo uma medicação que não tem nenhum estudo. Porque o mundo todo mostra que a salvação do povo é vacina. E, antes dela, é o distanciamento social, o uso de máscara e a higienização das mãos. Isso é incontestável, gente. Rep: Para o Conselho Federal de Medicina, os médicos têm autonomia para prescrever tratamentos individuais, com base em estudos científicos comprovados, na experiência clínica do profissional e no consentimento do próprio paciente sobre riscos e benefícios dos remédios prescritos. E essas regras também precisam estar aliadas ao distanciamento social, aos cuidados de higiene pessoal e ao uso de máscaras durante a crise sanitária. A Organização Mundial de Saúde tem alertado que não existe até o momento medicamento eficaz no tratamento precoce ou preventivo à covid-19. Da Rádio Senado, Raquel Teixeira.

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