Senadores divergem sobre queda de 4,1% no PIB de 2020 — Rádio Senado
Economia

Senadores divergem sobre queda de 4,1% no PIB de 2020

A queda de 4,1% do PIB em 2020 foi tema de debate no plenário. O líder do Governo, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), disse que o resultado foi o melhor da América Latina e muito próximo ao dos Estados Unidos. Para Jean Paul Prates (PT-RN), o resultado fiscal foi atenuado pelo pagamento do auxilio emergencial. Humberto Costa (PT-PE) lamentou que a contenção tenha tirado o Brasil da lista das dez maiores economias mundiais. A reportagem é de Marcella Cunha.

04/03/2021, 14h14 - ATUALIZADO EM 04/03/2021, 14h14
Duração de áudio: 03:07
stockphotos/diretos reservados

Transcrição
LOC: SENADORES REPERCUTEM A QUEDA DE 4,1% DO PIB, PRODUTO INTERNO BRUNO, REGISTRADA NO ANO PASSADO, A MAIOR EM 24 ANOS. LOC: PARA ALIADOS, O RESULTADO É UM ALENTO. AO CRITICAR O DESEMPENHO RUIM DO PAÍS, A OPOSIÇÃO DEFENDEU RETOMADA DO AUXÍLIO EMERGENCIAL PARA ALVANCAR A ECONOMIA. A REPORTAGEM É DE MARCELLA CUNHA (Repórter) A queda do PIB, Produto Interno Bruto, de 4,1% no ano passado anunciada pelo IBGE repercutiu entre os senadores. Este é o pior índice desde 1996. Apesar do resultado negativo, o quarto semestre de 2020 apresentou uma alta de 3,2% em relação ao terceiro semestre do ano passado. O líder do governo, senador Fernando Bezerra Coelho, do MDB de Pernambuco, minimizou o resultado negativo sob o argumento de que houve uma recuperação consistente da economia. (Fernando Bezerra) O Brasil ao ter uma retração de pouco mais de 4% teve a melhor performance de todos os países da América Latina e no nível mito próximo dos Estados Unidos. Se equipara aos países da Europa. Isso só sublinha que o governo acertou, contou com apoio do Congresso Nacional, as medidas foram tomadas e não faltou dinheiro para o enfrentamento da pandemia. (Repórter) Já o líder da minoria, senador Jean Paul Prates, do PT do Rio Grande do Norte, disse que o resultado fiscal só não foi pior devido ao pagamento do auxílio emergencial, aprovado pelo Congresso Nacional. (Jean Paul Prates) O PIB caiu somente 4,1%, o que foi comemorado agora. Quem comemora se esquece de dizer que, em boa medida, isso se deveu justamente ao auxílio emergencial, que foi pago e segurou o consumo das famílias e a flexibilização fiscal, que também houve. (Repórter) O consumo das famílias caiu 5,5% no ano passado. O setor de serviços também apresentou queda de 4,5%. O único setor com resultado positivo foi a agropecuária, com crescimento de 2% ao ano. Com o resultado, o Brasil saiu da lista das dez maiores economias do mundo, sendo ultrapassado por Canadá, Coreia e Rússia, como lembrou Humberto Costa, do PT de Pernambuco. (Humberto Costa) Nós estamos vivendo um momento dramático no Brasil. A economia do Brasil – há gente achando bonito ter caído em 4% o PIB. O Brasil que já foi a sexta economia do mundo no Governo do ex-Presidente Lula, hoje caiu para a 12ª posição. A inflação está crescendo, o desemprego está crescendo. (Repórter) Para Dário Berger, do MDB de Santa Catarina, o único caminho para a recuperação econômica é a vacinação. (Dário Berger) O Ministro Paulo Guedes disse que, se o ritmo da vacinação for acelerado, o Brasil ainda tem condições de crescer em torno de 3,5% em 2021, ou seja, não temos outra escolha, não temos outro caminho: precisamos focar na vacinação, pois essa é a única chance que temos para salvar o maior número de vidas possível e poder retomar o caminho do desenvolvimento. (Repórter) A queda no PIB de 2020 interrompeu uma sequência de três anos de crescimento, com acúmulo de 4,6% do PIB.

Ao vivo
00:0000:00