DataSenado: maioria defende vacinação obrigatória — Rádio Senado
Pandemia

DataSenado: maioria defende vacinação obrigatória

Uma pesquisa do Instituto DataSenado revelou que 57% dos entrevistados são favoráveis à vacinação obrigatória contra a covid-19. Para 99% das pessoas ouvidas, a vacina deve ser gratuita. O senador Marcelo Castro (MDB-PI) concorda com a obrigatoriedade, já que para ele o direito individual deve estar submetido ao coletivo. Uma proposta do senador Angelo Coronel (PSD-BA) pune com prisão de até 8 anos quem se recusar a tomar a vacinação em casos obrigatórios.

12/02/2021, 18h53 - ATUALIZADO EM 12/02/2021, 18h53
Duração de áudio: 03:15
Breno Esaki/Agência Saúde

Transcrição
LOC: PARA 57% DOS ENTREVISTADOS PELO DATASENADO, A VACINAÇÃO CONTRA A COVID-19 DEVERIA SER OBRIGATÓRIA. LOC: UMA PROPOSTA DO SENADOR ANGELO CORONEL PUNE COM PRISÃO DE ATÉ 8 ANOS QUEM SE RECUSAR A TOMAR VACINAS EM CASOS OBRIGATÓRIOS. A REPORTAGEM É DE MARCELLA CUNHA TÉC: A vacinação contra a covid-19 deveria ser obrigatória na opinião de 57% dos entrevistados em uma pesquisa do Instituto DataSenado. Quarenta e dois por cento defendem que tomar a vacina deve ser opcional, mesmo que ela seja comprovadamente segura e eficaz. Um por cento não opinou. Já a gratuidade da vacina foi defendida por 99% das pessoas ouvidas. Sobre a prioridade de vacinação para profissionais de saúde, apenas 2,5% foram contrários. Já para agentes de segurança pública, 12% não concordam com a preferência. Para o senador Marcelo Castro, do MDB do Piauí, se vacinar é uma decisão que afeta a coletividade. (Marcelo Castro): Pessoas vão morrer se não tomarem a vacina. E o que é pior: vão provocar a morte de outros. Porque a pessoa pode dizer: "Não, eu não quero me vacinar. Se eu morrer, é problema meu". Se a pessoa se contaminasse e não transmitisse a sua contaminação a outro, nós poderíamos até entender que efetivamente se trata de um assunto particular. Mas, para quem vive em sociedade, é evidente que o seu direito individual tem que estar submetido ao direito coletivo. (REP) Um projeto do senador Angelo Coronel, do PSD da Bahia, prevê punição para quem se negar a tomar vacina obrigatória durante uma emergência de saúde pública. A pena vai de 2 a 8 anos e pode ser dobrada se a pessoa for um agente público. O projeto também busca incentivar a vacinação de doenças consideradas erradicadas no país e que estão voltando. Por isso, pais que não levarem os filhos para participar das campanhas de vacinação, podem pegar de 1 a 3 anos de prisão, como explicou Ângelo Coronel. (Ângelo) Ele foi apresentado no contexto da pandemia da covid19, mas também é uma resposta necessária à sequência de quedas nas taxas de imunização das campanhas do Ministério da Saúde. A saúde é um bem coletivo e quando um grupo de pessoas deixa de se vacinar, toda a comunidade pode ser afetada e o sistema de saúde sobrecarregado, drenando recursos que poderiam ser utilizados em ações que não são cobertas por vacinas. (REP) O Supremo Tribunal Federal decidiu em dezembro que a vacinação é compulsória e o poder público pode determinar medidas restritivas para quem não se vacinar, mas não pode forçar os cidadãos. Entre elas estão: deixar de receber um benefício, ser proibido de entrar em algum lugar ou ser impedido de realizar matricula escolar na rede pública de ensino. O presidente Jair Bolsonaro já declarou que o Governo Federal não irá penalizar quem não quiser tomar a vacina. Mas as medidas podem ser aplicadas por estados e municípios. Esta semana, o Ministério Público do Trabalho divulgou um documento esclarecendo que a vacinação é medida de proteção coletiva e a recusa do empregado pode gerar demissão por justa causa. Da Rádio Senado, Marcella Cunha.

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