Senadores defendem volta do auxílio emergencial; economistas discordam sobre necessidade do benefício
Senadores defendem a volta do auxílio emergencial e o governo estuda nova forma para implementar o benefício. Economistas discordam sobre a possibilidade de sustentar o gasto. As informações com a repórter Raquel Teixeira, da Rádio Senado.
Transcrição
LOC: SENADORES DEFENDEM VOLTA DO AUXÍLIO EMERGENCIAL E GOVERNO ESTUDA NOVA FORMA PARA IMPLEMENTAR O BENEFÍCIO.
LOC: ECONOMISTAS DISCORDAM SOBRE A POSSIBILIDADE DE SUSTENTAR O GASTO. REPÓRTER RAQUEL TEIXEIRA.
TEC: Nesse início de ano legislativo, vários parlamentares defenderam a retomada do auxílio emergencial para ajudar a população mais carente a enfrentar as dificuldades impostas pela pandemia do coronavírus. A senadora Simone Tebet, do MDB de Mato Grosso do Sul, disse que o país sofre a maior miserabilidade da última década.
(SIMONE) É preciso a retomada imediata do auxílio emergencial, ainda que nos limites da responsabilidade fiscal, sob pena de nos afundarmos num buraco negro de uma das maiores crises humanitárias do País.
Rep: O senador Humberto Costa, do PT de Pernambuco, também destaca a urgência da continuidade dos pagamentos para o aumento da arrecadação e do consumo.
(COSTA) Do ponto de vista das contas públicas, o único caminho para melhorá-las é exatamente nós termos um incremento de arrecadação e isso só pode acontecer com o crescimento da economia, com o aumento do consumo.
Rep: Ao citar a situação excepcional da pandemia, o economista, Daniel Arruda avalia que o governo deveria se preocupar com a ampliação do emprego e da renda. Já a especialista em investimentos econômicos, Zeina Latif, argumenta que a economia já estava ruim antes da crise sanitária e que ignorar as contas públicas resultaria em problemas fiscais. E a professora da USP, Laura Carvalho, defende a tributação da parcela mais rica da população para viabilizar o repasse do dinheiro para os mais pobres. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, é a favor do diálogo com a equipe econômica para encontrar uma solução para o problema.
(PACHECO) Com ele, foi possível aliviar a situação econômica de mais de 70 milhões de brasileiros. Sabemos, porém, que isso representou um gasto de mais de 300 bilhões de reais e que fechamos o ano com um déficit primário superior a R$ 700 bilhões. Por essa razão, estamos estabelecendo, junto à equipe econômica do Governo Federal, um caminho para compatibilizar o auxílio com responsabilidade fiscal.
Rep: O Ministério da Economia discute o pagamento de 3 parcelas de R$ 200 para trabalhadores informais e pessoas mais necessitadas. Os recursos viriam de créditos extraordinários, que não entram no Teto de Gastos da União. Mas para isso seria necessário o congelamento de despesas do governo e a aprovação do Congresso Nacional. Da Rádio Senado, Raquel Teixeira.