Senado poderá ter CPI para investigar “desmonte” da política ambiental — Rádio Senado
Meio Ambiente

Senado poderá ter CPI para investigar “desmonte” da política ambiental

A senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) apresentou um pedido de criação da CPI da Crise Ambiental para investigar o “desmonte” do Ministério do Meio Ambiente e as queimadas na Amazônia e Pantanal. Ela citou ainda boicote internacional aos produtos brasileiros em retaliação à política ambiental do atual governo. Contrário à CPI, o senador Luis Carlos Heinze (PP-RS) ponderou que o Brasil não tem índices ruins de emissão de efeito de gás estufa, a exemplo da China. Segundo ele, o Brasil é vítima de uma campanha de produtores estrangeiros por ser o maior exportador de alimentos e carne. O pedido de criação da CPI precisa ser lido e ter as assinaturas conferidas para que a comissão seja instalada, se não houver retirada de apoio. As informações são da repórter da Rádio Senado, Hérica Christian.

24/09/2020, 19h15 - ATUALIZADO EM 24/09/2020, 19h22
Duração de áudio: 02:43
Tocantins 22 09 2020 Fotos aéreas de cidades do Tocantins com áreas pegando
Foto: Defesa Civil

Transcrição
LOC: JÁ APRESENTADO, PEDIDO DE CRIAÇÃO DA CPI DA CRISE AMBIENTAL PRECISA SER LIDO EM PLENÁRIO PARA A CONFERÊNCIA DAS ASSINATURAS E EVENTUAL INSTALAÇÃO. LOC: A COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO DEVERÁ INVESTIGAR O “DESMONTE” DO MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE E AS QUEIMADAS NA AMAZONIA E PANTANAL. REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN TÉC: Com o apoio de 28 senadores, um a mais do que o mínimo exigido, o pedido de criação da CPI da Crise Ambiental ainda aguarda leitura no Plenário para a conferência de assinaturas e indicação dos integrantes para a sua instalação. De iniciativa da senadora Eliziane Gama, do Cidadania do Maranhão, a Comissão Parlamentar de Inquérito vai investigar o “desmonte” do Ministério do Meio Ambiente e os incêndios registrados na Amazônia e Pantanal. Ela citou a perseguição e punição aos fiscais ambientais e a extinção de secretarias, como a de Mudança do Clima e Florestas. Eliziane Gama ressaltou que o Ministério do Meio Ambiente sequer gastou o orçamento disponível. Ela alertou para as ameaças de outros países de não ratificarem acordos comerciais e de boicotarem os produtos brasileiros. Eliziane Gama citou um pedido de investigação internacional pelas Nações Unidas sobre a política ambiental e de direitos humanos. E revelou a tentativa do governo de impedir a CPI. (Eliziane) Quatro senadores retiraram apoio à CPI numa tentativa clara de o governo enterrar esse assunto. Isso realmente é muito sério. O Congresso Nacional precisa fazer o seu papel e a CPI é um instrumento legislativo fundamental para que realmente a investigação possa ocorrer. Estou trabalhando para conseguir mais assinaturas e também para manter o apoio dos senadores para que continuem apoiando esse instrumento tão importante. Estamos muito focados para mostrar para o mundo e para o próprio Brasil a nossa preocupação e a nossa responsabilidade com o meio ambiente. REP: Contrário à CPI da Crise Ambiental, o senador Luis Carlos Heinze, do PP do Rio Grande do Sul, afirmou que o Brasil está sendo alvo de ataques internacionais por ser o maior produtor de alimentos do mundo. Argumentou que a China, Estados Unidos e a União Europeia são os maiores emissores de gás de efeito estufa e não o Brasil com as queimadas. Luis Carlos Heinze avalia que a CPI será um palanque para os que atacam a agricultura brasileira. (Heinze) Se sou o maior do mundo exportador, eu tomei o mercado de alguém. Então, hoje é uma questão comercial contra os produtores do mercado brasileiro, que hoje exporta, para mais de 200 países. Hoje, você deve ter quase 1 milhão e 600 milhões de bocas no mundo que comem comida brasileira, que é a maior fonte geradora de empregos do Brasil. Como é que eu vou falar mal do meu país, de um setor que está puxando o país nas costas. Não posso falar mal do meu país. Portanto, não assinei a CPI em respeito aos produtores brasileiros. REP: A CPI da Crise Ambiental será composta por doze titulares e dez suplentes que terão o prazo de 130 dias para as investigações. Da Rádio Senado, Hérica Christian.

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