Perseguições contra jornalistas são relatadas no Conselho de Comunicação Social — Rádio Senado
Liberdade de Imprensa

Perseguições contra jornalistas são relatadas no Conselho de Comunicação Social

Em audiência nesta segunda-feira (2) sobre liberdade de imprensa no Brasil, casos recentes de perseguição contra jornalistas foram relatados ao Conselho de Comunicação Social do Congresso. Em um dos episódios, o ataque ao editor da “Folha do Progresso” (Novo Progresso-PA), Adécio Piran, que denunciou a articulação entre produtores rurais e criadores de gado para o “Dia do Fogo”, 10 de agosto, quando foram registradas 124 queimadas na região. A reportagem é de Marcela Diniz, da Rádio Senado.

02/09/2019, 13h33 - ATUALIZADO EM 02/09/2019, 21h05
Duração de áudio: 02:22
Marcos Oliveira/Agência Senado

Transcrição
LOC: PERSEGUIÇÕES CONTRA JORNALISTAS FORAM RELATADAS DURANTE AUDIÊNCIA SOBRE LIBERDADE DE IMPRENSA, NO CONSELHO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL. LOC: EM UM DOS CASOS, UM PROFISSIONAL QUE DENUNCIOU QUEIMADAS DE PRODUTORES RURAIS NO PARÁ PASSOU A RECEBER AMEAÇAS. A REPORTAGEM É DE MARCELA DINIZ. (Repórter) Chegou ao Conselho de Comunicação Social do Senado o relato de constrangimento, ofensa e ameaça por meio de folhetos apócrifos e via redes sociais contra o proprietário e editor da “Folha do Progresso”, Adécio Piran, da cidade de Novo Progresso, no Pará. Os ataques começaram depois que o jornalista denunciou a intenção de produtores rurais e criadores de gado do sudoeste paraense de organizar um “dia do fogo”, em matéria do dia 5 de agosto. Nela, Adécio afirma que a meta era chamar a atenção das autoridades, em especial, do presidente da república, Jair Bolsonaro, para conseguir apoio para a produção rural na região da BR 163. Para isso, articularam limpezas de áreas desmatadas e de pastos para o dia 10 de agosto. Neste dia, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, Inpe, registrou 124 focos de incêndio na região e, no dia seguinte, 203. As ameaças ao jornalista geraram pedido da Associação Brasileira de Imprensa para que o governo do Pará garantisse a segurança do profissional e apurasse as denúncias. A representante dos jornalistas no Conselho de Comunicação Social, Maria José Braga, repudiou a perseguição a Adécio Piran: (Maria José Braga) Foi ele que primeiramente denunciou a articulação dos produtores rurais da Amazônia para criar o “Dia de fogo”. Além do costumeiro ataque nas redes sociais que vem ocorrendo contra jornalistas que fazem denúncias, nesse caso ainda houve um panfleto apócrifo. (Repórter) Outro caso que chegou ao conhecimento do Conselho foi o da jornalista Larissa Cavalcanti, do jornal “A Crítica”, de Manaus, que teve o celular retido a pedido de uma juíza depois de colher material sobre o depoimento do ex-governador do Amazonas, José Mello, no processo em que responde a denúncias de desvio de recursos públicos. Para o vice-presidente do Conselho de Comunicação Social, Marcelo Antônio Cordeiro de Oliveira, o caso é grave: (Marcelo Antônio) Isso é o absurdo do absurdo. Acho até que um celular pode ser detido num caso de uma decisão judicial, mas não cabe a uma juíza, na hora, tomar uma decisão na hora, sem o devido processo formado. (Repórter) Outra denúncia veio de Alagoas, onde uma jornalista teria sido constrangida por um promotor público durante um evento na prefeitura. Uma das funções do Conselho de Comunicação Social é se manifestar sobre questões que envolvam a liberdade de pensamento e da informação. Da Rádio Senado, Marcela Diniz.

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