Economista afirma que Brasil entrou em depressão econômica — Rádio Senado
Audiência pública

Economista afirma que Brasil entrou em depressão econômica

A Comissão de Assuntos Econômicos debateu a conjuntura brasileira com economistas da PUC, Unicamp e Ipea. Eles alertaram os senadores sobre o quadro recessivo do país, pediram investimentos públicos e a reforma do sistema financeiro. O senador Marcelo Castro (MDB-PI) lembrou que a alta concentração no setor bancário dificulta e encarece o acesso ao crédito, fundamental para alavancar o crescimento do País.  A reportagem é de Bruno Lourenço, da Rádio Senado.

18/06/2019, 14h18 - ATUALIZADO EM 18/06/2019, 14h18
Duração de áudio: 01:33
Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) realiza audiência pública para tratar sobre a conjuntura econômica atual.

Mesa: 
economista e professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Guilherme Mello;
presidente eventual da CAE, senador Rogério Carvalho Santos (PT-SE).

Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado
Marcos Oliveira

Transcrição
LOC: A COMISSÃO DE ASSUNTOS ECONÔMICOS DEBATEU A CONJUNTURA BRASILEIRA COM economistas da puc, unicamp e ipea. LOC: ELES ALERTARAM OS SENADORES SOBRE O QUADRO RECESSIVO DO PAÍS. REPÓRTER BRUNO LOURENÇO. (Repórter) O professor da Unicamp, Guilherme Mello, considera que o Brasil entrou em depressão e que o impeachment de Dilma Rouseff desencadeou um processo praticamente inédito no mundo. (Guilherme Mello) Depois de vermos a maior recessão da história do Brasil, tivemos dois anos de estagnação e, agora em 2019, estamos voltando para a recessão. É quase inédito no mundo isso. (Repórter): O técnico do Ipea, Fernando Gaiger, e o professor da PUC de São Paulo, Antonio Correa de Lacerda, também chamaram a atenção para as perspectivas nada animadoras, segundo eles, para a economia em 2019. Criticaram a Operação Lava Jato e pediram o fim do teto dos gastos, mais investimentos públicos e mudanças estruturais nos sistemas tributário e financeiro. Eles disseram que é preciso facilitar, por exemplo, o acesso ao crédito, para alavancar a economia. O senador Marcelo Castro, do MDB do Piauí, lembrou que a alta concentração no setor financeiro emperra o crescimento do País. (Marcelo Castro) Cheque especial é uma coisa cara em qualquer lugar do mundo. Por exemplo, nos Estados Unidos em média quatro vezes a taxa básica de juros. Então se os juros nos Estados Unidos são dois e meio por cento ao ano, o cheque especial normalmente é em torno de 10%. No Brasil a nossa taxa básica de juros é 6,5% ao ano. O nosso cheque especial é 300%. (Repórter) O pedido para realização da audiência pública partiu do senador Rogério Carvalho, do PT de Sergipe.

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