Pobreza rural é tema de debate na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária — Rádio Senado
Audiência pública

Pobreza rural é tema de debate na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária

A Comissão de Agricultura e Reforma Agrária discutiu nesta quarta-feira (29) políticas públicas para melhorar a renda dos agricultores familiares. Foram ouvidos o professor da Universidade Federal do Tocantins, Fernando Fonseca, e o assistente social, Marcelo Garcia. A senadora Kátia Abreu (PDT-TO) defendeu a reforma agrária como instrumento para a saída da pobreza.  A reportagem é de Marcella Cunha

29/05/2019, 19h27 - ATUALIZADO EM 29/05/2019, 19h27
Duração de áudio: 02:17
Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) realiza audiência pública interativa para debater a situação das pequenas propriedades no campo, especialmente os assentamentos rurais, e os mais recentes estudos sobre o desenvolvimento de políticas públicas bem sucedidas para a melhoria da renda dos agricultores familiares brasileiros. 

Mesa: 
assistente social, Marcelo Reis Garcia - em pronunciamento; 
presidente da CRA, senadora Soraya Thronicke (PSL-MS); 
professor da Universidade Federal do Tocantins (UFT), Fernando Sérgio de Toledo Fonseca.

Foto: Pedro França/Agência Senado
Pedro França/Agência Senado

Transcrição
LOC: UMA AUDIÊNCIA PÚBLICA NA COMISSÃO DE AGRICULTURA DISCUTIU NESTA QUARTA-FEIRA A SITUAÇÃO DE ASSENTAMENTOS RURAIS NO TOCANTINS. LOC: ESPECIALISTAS APRESENTARAM DADOS SOBRE AS POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A RENDA DOS AGRICULTORES FAMILIARES. REPORTAGEM É DE MARCELLA CUNHA (Repórter) O professor da Universidade Federal do Tocantins, Fernando Fonseca, apresentou dados coletados em assentamentos rurais no norte do Estado com alta vulnerabilidade social e conflitos agrários. A conclusão é que essas famílias tendem a priorizar resultados de curto prazo, comprometendo a capacidade de poupança, e perpetuando a condição de pobreza. (Fernando Fonseca) O viés do presente é muito forte, as necessidades são muito significativas de forma que essas famílias dependem ainda de condições de sobrevivência, ou seja, de técnicas para produzir para a subsistência. (Repórter) Segundo Fernando, as famílias assentadas estão excluídas do sistema financeiro e por isso acabam se endividando com credores informais, entrando no que ele chama de ‘armadilha da pobreza’, quando precisam se descapitalizar para atender necessidades básicas e emergenciais. O assistente social Marcelo Garcia explicou que a pobreza é um conjunto de privações e não pode ser medida apenas pelo valor da renda do cidadão. Entre esses fatores está a educação, que vive, segundo ele, um fenômeno perigoso. (Marcelo Garcia) É uma escola rural sendo fechada atrás da outra, em nome de economia. Aí a criança tem que se sacudir no ônibus 3h30 para a escola e 3h30 para trás. E fica 3h na escola e não dá tempo de almoçar. E aí ela não aprende e a fracassada é a criança, não somos nós que não nos preocupamos com uma política pública eficiente para pobreza rural. (Repórter) A senadora Kátia Abreu, do PDT do Tocantins, defendeu a regularização fundiária como ferramenta de combate à desigualdade no campo. ( Kátia Abreu) Não existe empoderamento das pessoas sem a regularização fundiária. É um instrumento muito forte de saída da pobreza. Porque é o meu bem, minha poupança, meu patrimônio. E naquela hora eu gero crédito. (Repórter) A presidente da comissão, senadora Soraya Thronicke, do PSL de Mato Grosso do Sul, informou que vai solicitar ao IBGE os dados atualizados do Censo Agropecuário de 2017 para ampliar o debate.

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