Solo de Maceió que está afundando será tema de audiência pública
A Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle do Senado (CTFC) vai promover uma audiência pública sobre o afundamento do solo no bairro do Pinheiro, em Maceió. De acordo com o presidente do colegiado, senador Rodrigo Cunha (PSDB-AL), o fenômeno pode estar sendo causado pela exploração de sal-gema no local.
Transcrição
LOC: O BAIRRO DO PINHEIRO, EM MACEIÓ, ALAGOAS, ESTÁ AFUNDANDO E UMA DAS HIPÓTESES É DE QUE O FENÔMENO SEJA EFEITO DA MINERAÇÃO NO LOCAL.
LOC: A COMISSÃO DE FISCALIZAÇÃO E CONTROLE DO SENADO PROMOVERÁ AUDIÊNCIA PÚBLICA SOBRE O ASSUNTO. REPÓRTER MARCELA DINIZ.
(Repórter) Há cerca de um ano, o bairro do Pinheiro, em Maceió, capital de Alagoas, vem registrando uma sequência de eventos estranhos: crateras nas ruas, rachaduras em casas e prédios; e até um tremor de terra de 2,5 pontos na escala Richter. Até hoje, geólogos e geofísicos ainda não chegaram a uma conclusão sobre as causas, mas uma das hipóteses é a de que a exploração de sal-gema, mineral usado para a fabricação de produtos como a soda cáustica, seja responsável pelos fenômenos. A Comissão de Fiscalização e Controle do Senado vai promover uma audiência pública sobre o assunto, a pedido do presidente do colegiado, senador Rodrigo Cunha, do PSDB alagoano:
(Rodrigo Cunha) Nós temos uma empresa que retira o sal-gema em profundidade, então, é uma das hipóteses. E isso tem afetado o solo de uma maneira que, essa exploração vem sendo feita há 40 anos, então, se não houve a reposição necessária pode, sim, ser uma das causas. Temos, também, a questão das placas tectônicas, porque há tremores de terra e, também, situações provocadas pela companhia de abastecimento de água.
(Repórter) Rodrigo Cunha justifica a preocupação da Comissão de Fiscalização e Controle do Senado nesse assunto com o argumento de que podemos estar diante de uma nova tragédia provocada pela mineração:
(Rodrigo Cunha) Não estamos falando aqui de um problema extremamente local, de um bairro, de uma cidade, não é isso. Estamos falando aqui, talvez, em uma das maiores catástrofes que esse país venha a ter. Esse baixo está sofrendo um afundamento. Um bairro em que moram cerca de 30 mil pessoas e que, de um ano para cá, vem tendo, não só as residências, mas as próprias ruas, postes afundando e já é uma situação de calamidade pública.
(Repórter) O governo federal já reconheceu a situação de emergência no bairro do Pinheiro. Além dos especialistas do Serviço Geológico e da Defesa Civil Nacional, trabalham na investigação sobre o afundamento, técnicos da Abin, Agência Brasileira de Inteligência. Ainda não há data marcada para o debate na CTFC.