Senadoras comentam perspectivas para o enfrentamento à violência contra a mulher em 2019
A cada duas horas, uma mulher é morta no Brasil. Muitos desses casos acontecem em ambiente doméstico. O enfrentamento a esse tipo de violência deve continuar em pauta no Congresso em 2019 e, para a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), que foi Procuradora da Mulher no Senado de 2013 a 2018, a mudança passa pela superação da cultura machista. A senadora eleita Daniella Ribeiro, do PP da Paraíba, já sinalizou que pretende priorizar essa bandeira em seu mandato. A reportagem é de Marcela Diniz, da Rádio Senado.
Transcrição
LOC: O ENFRENTAMENTO À VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER TEM QUE CONTINUAR EM PAUTA NO CONGRESSO.
LOC: A AVALIAÇÃO É DE SENADORAS QUE DEIXAM E QUE ASSUMEM VAGA NO SENADO EM 2019. REPÓRTER MARCELA DINIZ.
TÉC: A cada duas horas, uma mulher é morta no Brasil. Estima-se que, dos 4 mil, 473 assassinatos de mulheres no ano passado, 946 sejam feminicídios, ou seja, não aconteceram em situação de assalto ou sequestro, por exemplo, mas em contexto no qual um homem matou porque a vítima era uma mulher. Em muitos casos, o feminicídio é o fim trágico de um ciclo de violência doméstica. A senadora Vanessa Grazziotin, do PCdoB do Amazonas, foi Procuradora da Mulher no Senado desde a criação do órgão, em 2013, e uma das defensoras do projeto que deu origem à Lei do Feminicídio, em 2015. Para ela, a legislação punitiva por si só não basta para reverter o quadro de violência contra a mulher no Brasil:
(Vanessa Grazziotin) Por que é que nós vivemos num país que precisa ter uma lei como a lei Maria da Penha, de proteção às mulheres sobretudo no âmbito familiar? É porque nós vivemos numa sociedade de cultura machista. Então, o que nós precisamos combater para combater a violência não é apenas aprovar leis protetivas da mulher ou punitivas em relação aos agressores, é trabalhar a construção de uma sociedade sem diferenças entre homens e mulheres.
(Repórter) A senadora eleita Daniella Ribeiro, do PP da Paraíba, foi duas vezes presidente da Comissão de Defesa da Mulher no legislativo de seu estado, e pretende priorizar essa bandeira também no Senado:
(Daniela) Acho fundamental o trabalho em cima dos agressores porque aquele que causou um dano a uma mulher, não necessariamente, por ela já ter se livrado dele, vai deixar de fazer com outras. Então, é importante a gente unir forças e no Senado ter esse tema também como pauta nossa para que a gente possa erradicar de vez esse tipo de comportamento.
(Repórter) Em dezembro, mais dois projetos de enfrentamento à violência contra a mulher aprovados pelo Congresso viraram leis: um aumenta o rigor das penas para o crime de feminicídio e o outro inclui o crime de divulgação não autorizada de imagens íntimas na Lei Maria da Penha. Da Rádio Senado, Marcela Diniz.