Comissão de Assuntos Sociais debate a medicina personalizada no SUS — Rádio Senado
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Comissão de Assuntos Sociais debate a medicina personalizada no SUS

A importância da medicina especializada no âmbito do SUS foi tema de debate na audiência pública na Comissão de Assuntos Sociais. A medicina especializada permite que a abordagem de tratamento específico seja aplicada para cada paciente e para cada doença. Ela abrange o uso de biomarcadores para detectar traços genéticos específicos e orientar diversas abordagens na prevenção e no tratamento de doenças como as hereditárias, oncológicas e infecciosas. Uma pesquisa de 2015 da revista científica Nature, afirmou que 75% dos remédios receitados para o tratamento do câncer, por exemplo, não fazem efeito. Os representantes que debateram o assunto insistiram na necessidade da adoção da medicina especializada como forma eficaz de prevenir e tratar doenças. Saiba mais na reportagem de Maria Ferreira.

06/11/2018, 18h33 - ATUALIZADO EM 06/11/2018, 18h33
Duração de áudio: 01:54
Comissão de Assuntos Sociais (CAS) realiza audiência pública interativa para debater a importância da Medicina Personalizada no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). 

Mesa (E/D): 
presidente do Instituto Lado a Lado pela Vida, Marlene Oliveira; 
coordenador-geral de Atenção Especializada do Ministério da Saúde, Sandro Martins; 
presidente em exercício da CAS, senador Waldemir Moka (MDB-MS); 
médico oncologista, Marcelo Cruz; 
médica onco-geneticista, Edenir Palmero; 
médico oncologista, André Sasse.

Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado
Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

Transcrição
LOC:. 75% DOS REMÉDIOS PARA O TRATAMENTO DE CÂNCER NÃO SÃO EFICAZES. ESSE DADO FOI APRESENTADO EM UM DEBATE NA COMISSÃO DE ASSUNTOS SOCIAIS SOBRE A IMPORTÂNCIA DA MEDICINA PERSONALIZADA NO SUS. LOC:. MÉDICOS ONCOLOGISTAS DEFENDERAM QUE O DIAGNÓSTICO E O TRATAMENTO INDIVIDUAL PODEM AUMENTAR AS CHANCES DOS PACIENTES. REPORTAGEM DE MARIA FERREIRA. TÉC: A medicina personalizada possibilita que cada paciente receba um tratamento específico e não um protocolo comum a todos. Esse tipo de procedimento médico prevê o uso de biomarcadores para detectar traços genéticos individuais e orientar diversas abordagens na prevenção e no tratamento de doenças, como as hereditárias, as oncológicas e as infecciosas. A médica oncogeneticista Edenir Palmero é entusiasta desse tipo de terapia e lamentou que os pacientes do Sistema Único de Saúde não tenham acesso aos testes genéticos. (Edenir Palmero) Então a gente tem na ANS, uma grande inclusão pra oncogenética, só que 70% dos pacientes com câncer hereditário são usuários do SUS, e dessa forma eles não tem acesso ao teste e nem às medidas redutoras de risco. (Repórter) O médico oncologista Marcelo Cruz citou uma pesquisa de 2015 da revista científica Nature, que afirma que 75% dos remédios para o tratamento do câncer não fazem efeito. Cruz ainda defendeu estudos específicos para a população brasileira. (Marcelo Cruz) Nós temos estudos de oncogenética que mulheres européias, por exemplo, tem tipos de mutação pro câncer BRCA, pra câncer de mama, diferentes da nossa população. Nós somos uma população miscigenada. E é preciso também entender a nossa população do ponto de vista genético e não só importar informação de fora. (Repórter) Já a senadora Ana Amélia, do PP do Rio Grande do Sul, disse que a adoção da medicina personalizada vai trazer economia para o sistema público de saúde. (Ana Amélia) Se nós tivermos um ajuste melhor não só na prevenção, mas se o remédio for mais eficaz, ele é muito mais barato. A gente encurta o gasto superficial. (Repórter) No Brasil, o câncer de pele é o mais frequente entre homens e mulheres. Com supervisão de Larissa Bortoni, da Rádio Senado, Maria Ferreira.

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