Presidente do Senado avalia que financiamento público aproxima políticos dos eleitores — Rádio Senado
Eleições 2018

Presidente do Senado avalia que financiamento público aproxima políticos dos eleitores

Com a proibição do financiamento de empresas para a campanha em 2015, os candidatos contam com recursos dos Fundos Eleitoral e Partidário, que neste ano somam R$ 2,5 bilhões de recursos públicos. Para o presidente do Senado, Eunício Oliveira, o financiamento público reduziu os gastos das campanhas e aproximou os candidatos dos eleitores. Contrário ao repasse de recursos públicos para campanhas políticas, o cientista político Flávio Testa disse que esse dinheiro poderia ser usado para necessidades imediatas do eleitor. E destacou que o modelo atual fortalece os dirigentes partidários, que decidem para quem repassar o dinheiro.

19/09/2018, 20h11 - ATUALIZADO EM 19/09/2018, 20h21
Duração de áudio: 02:18
Foto: Marcos Brandão/Agência Senado

Transcrição
LOC: PRESIDENTE DO SENADO AVALIA QUE FINANCIAMENTO PÚBLICO DE CAMPANHA POSSIBILITA QUE POLÍTICOS ESCUTEM MAIS OS ELEITORES. LOC: MAS CIENTISTA POLÍTICO DEFENDE A VOLTA DAS DOAÇÕES DE EMPRESAS SOB O ARGUMENTO DE QUE O DINHEIRO DOS IMPOSTOS DEVERIA SER INVESTIDO EM SAÚDE E EDUCAÇÃO. REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN. TÉC: Em 2015, o Supremo Tribunal Federal proibiu a doação de empresas para campanhas eleitorais. Diante das dificuldades das eleições municipais de 2016, o Congresso Nacional aprovou um Fundo Eleitoral para o pleito deste ano com R$ 1,7 bilhão. O dinheiro foi repartido entre os partidos de acordo com o número de deputados federais. As legendas também foram autorizadas a usar R$ 889 milhões do Fundo Partidário. Para o presidente do Senado, Eunício Oliveira, o financiamento público reduziu os gastos das campanhas. As de 2014, por exemplo, custaram R$ 5 bilhões. Ele destacou que no novo modelo, o candidato se aproxima mais do eleitor por meio de eventos, como caminhadas e debates sobre as necessidades dos cidadãos. (Eunício): Não tem mais o discurso, não tem mais o palanque propriamente dito. Nós não estamos falando para as pessoas. Nós estamos sendo muito mais questionados pelas pessoas do que falando para as pessoas. Estamos muito mais ouvindo as pessoas do que falando para as pessoas. Estamos muito mais respondendo q questionamentos das pessoas do que falando diretamente aquilo que desejamos ou que queremos falar. Então, há essa interação e a campanha que barateou muito. REP: O cientista político Flávio Testa é contrário ao Fundo Eleitoral sob o argumento que esse dinheiro poderia ser usado para necessidades imediatas do eleitor. Ao defender a volta do financiamento privado com regras, ele argumentou que o modelo atual fortalece os dirigentes partidários que decidem para quem repassar o dinheiro. (Flávio) Esse Fundo Eleitoral é uma coisa absurda, não deveria acontecer. Como também acho que o Fundo Partidário também deveria ser revisto. Deveria ser aplicado em educação, transporte e segurança. E os partidos deveriam ser financiados por seus militantes, simpatizantes. Pode ser privado, pode ser individual, não importa. Na minha opinião, não deveria ser com dinheiro público porque não financiaram os mais pobres, aqueles que supostamente teriam acesso ao Fundo Partidário. É só você ver essa guerra interna hoje para liberar recursos. REP: Na primeira prestação de contas, os candidatos revelaram ter gastado R$ 17 milhões em anúncios nas redes sociais.

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