Collor condena flexibilização do registro de agrotóxicos no Brasil

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LOC: PARA FERNANDO COLLOR, MAIOR LIBERDADE NO REGISTRO DE AGROTÓXICOS COLOCA EM RISCO A SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL. LOC: ELE PEDIU A REJEIÇÃO DE PROPOSTA PREVENDO A FLEXIBILIZAÇÃO. REPÓRTER FLORIANO FILHO. (Repórter) O Brasil é um dos maiores usuários de agrotóxicos no mundo. Isto porque está entre os grandes exportadores de produtos agropecuários. A produtividade brasileira deu um salto graças à mecanização agrícola e às inovações na indústria química, com o desenvolvimento de novos herbicidas e pesticidas. Por conta do clima tropical quente e úmido, que ajuda na proliferação de pragas, os produtores alegam que precisam de uma quantidade maior de defensivos agrícolas para proteger as lavouras de fungos, bactérias, vírus e parasitas. O problema são os riscos para a saúde humana e para o meio ambiente. Um projeto de lei aprovado no Senado que está em processo de votação na Câmara dos Deputados muda a expressão "agrotóxicos" para "pesticidas". O senador Fernando Collor, do PTC de Alagoas, é contra a proposta, argumentando que ela facilita o registro de produtos com substâncias consideradas cancerígenas pelos órgãos reguladores. (Fernando Collor) De acordo com o Instituto Nacional do Câncer, o perigo é que essa modificação colocará em risco as populações (...), pois acarretará na possível liberação de agrotóxicos responsáveis por causar doenças crônicas extremamente graves e que revelam características mutagênicas e carcinogênicas. (Repórter) O senador alagoano chamou a proposta de “pacote do veneno” e lembrou que o Brasil é considerado o maior consumidor de agrotóxicos no mundo, incluindo alguns proibidos em países com regras mais rígidas de saúde pública. (Fernando Collor) Cada brasileiro consome, em média, 5,2 litros de agrotóxicos por ano, um número considerado elevadíssimo para os padrões internacionais. Além disso, (...) 22 dos 50 agrotóxicos utilizados no Brasil são proibidos na Europa. (Repórter) Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, ocorrem a cada ano 70 mil intoxicações agudas e crônicas por agrotóxicos em países em desenvolvimento. O Ministério da Saúde registrou 84 mil intoxicações por agrotóxico no Brasil, entre 2007 e 2015. PL 6299/2002 (PLS 526/99)