Aumento de candidaturas indica reação à política tradicional
De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), aumentaram em 6,9% as candidaturas no pleito de outubro. No total, 27.811 pessoas tentam se eleger para os cargos de presidente da República, governadores, senadores, deputados federais, deputados estaduais e distritais. Para o cientista político Paulo Kramer, esse crescimento revela aventuras de candidatos que se colocam contra a corrupção. Segundo o TSE, os homens brancos, casados e na faixa etária de 40 a 59 anos são a maioria dos candidatos. Mais de 10% são empresários, quase 7%, deputados ou vereadores; mais de 6%, advogados e pouco mais de 3%, comerciantes.
Transcrição
LOC: PARA CIENTISTA POLÍTICO, AUMENTO DO NÚMERO DE CANDIDATURAS NESTAS ELEIÇÕES É TENTATIVA DO ELEITOR DE SE LIVRAR DE POLÍTICOS TRADICIONAIS.
LOC: CANDIDATOS HOMENS, EMPRESÁRIOS E NA FAIXA ETÁRIA DE QUARENTA A 59 ANOS SÃO A MAIORIA. REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN.
(Repórter) Segundo o Tribunal Superior Eleitoral, houve um aumento de quase 7% nas candidaturas no pleito de outubro. No total, 27.811 pessoas tentam se eleger. Proporcionalmente, a vaga mais disputada é a de deputado distrital, com quase 40 nomes brigando por cada uma das 24 cadeiras. Já a concorrência para a Câmara Federal e Assembleias é de 16 candidatos por assento. Treze políticos brigam pela Presidência da República, 199 pelos 27 governos estaduais, ou seja, sete para cada cargo; e 348 para as 54 vagas no Senado, uma disputa de 6 por assento. Para o cientista político, Paulo Kramer, esse crescimento revela aventuras de candidatos que se colocam contra a corrupção.
(Paulo Kramer) Eu acredito que em função dessa mesma conjuntura de incerteza e de indignação popular, mais candidatos tenham resolvido arriscar como quem diz assim: vou tentar a sorte. Já que tem tanta gente indignada, vamos ver se eu consigo tirar alguma velha raposa e consigo me eleger.
(Repórter) Segundo o TSE, os homens brancos, casados e na faixa etária de 40 a 59 anos são a maioria dos candidatos. Mais de 10% são empresários e mais de 6%, advogados. Paulo Kramer ressaltou que muitos profissionais entram na política para legislar em causa própria.
(Paulo Kramer) Não apenas os empresários, mas outras categorias, funcionários públicos, algumas categorias de profissionais liberais e militares, enfim, muitas vezes, entram no processo político para garantir vantagens. Por exemplo, no caso de setores empresariais protegidos por barreiras alfandegárias e não tarifárias contra competição exterior, muitas vezes, eles vão para política para manter isso.
(Repórter) Ainda segundo o Tribunal, metade dos quase 28 mil candidatos tem ensino superior completo; cerca de 29%, o ensino médio e menos de 1% declarou que lê e escreve.
