Sem doação empresarial, senadores admitem desafios com campanha — Rádio Senado
Eleições 2018

Sem doação empresarial, senadores admitem desafios com campanha

Neste ano, os candidatos terão que dividir recursos dos fundos eleitoral e partidário. Para o presidente do MDB, senador Romero Jucá (RR), a campanha mais curta, de 45 dias, poderá compensar a proibição de doações de empresas. Jucá ponderou, no entanto, que neste ano os candidatos contarão com R$ 2,5 bilhões do financiamento público divididos entre todos os partidos, contra R$ 5 bilhões em dinheiro privado nas eleições de 2014. Contrária à doação de empresas, a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) alerta para a necessidade de combate ao crime de caixa 2.

14/08/2018, 13h27 - ATUALIZADO EM 17/08/2018, 18h57
Duração de áudio: 02:06
Arquivo/Agência Brasil

Transcrição
LOC: SENADORES ADMITEM QUE A CAMPANHA DESTE ANO SERÁ UM DESAFIO, COM A PROIBIÇÃO DO FINANCIAMENTO PRIVADO. LOC: NESTE ANO, OS CANDIDATOS TERÃO QUE DIVIDIR RECURSOS DOS FUNDOS ELEITORAL E PARTIDÁRIO. REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN. (Repórter) Com a proibição do Supremo Tribunal Federal em 2015, as eleições municipais seguintes foram as primeiras sem dinheiro de empresas. Neste ano, os candidatos continuam impedidos de receber financiamento privado. Mas poderão contar com doações de pessoas físicas e com recursos públicos do Fundo Partidário, com um saldo R$ 889 milhões, e do Fundo Especial de Financiamento de Campanha, com R$ 1,7 bilhão. O montante de R$ 2,5 bilhões foi dividido entre os partidos de acordo com o tamanho de suas bancadas na Câmara dos Deputados. Por esse critério, MDB, PT e PSDB ficaram com mais de 10% cada. Coube à cada legenda definir as regras para o repasse final aos candidatos. O presidente do MDB, senador Romero Jucá, de Roraima, ponderou que a redução para 45 dias de campanha minimizou o impacto da restrição financeira. E lembrou que os candidatos terão que usar a criatividade diante do corte, pela metade, do que foi gasto em 2014, um total de R$ 5 bilhões. (Romero Jucá) Na verdade, a campanha municipal de 2016 já proibiu doação de empresas. Agora, nós vamos continuar com esse modelo. Há um fundo eleitoral, um fundo que não cabe todas as despesas de campanha. Eu avisei isso o tempo todo, fica muito aquém da necessidade. Mas é a regra que nós temos. Vamos todos disputar dentro da mesma regra. (Repórter) Ao defender a proibição do financiamento privado, a senadora Vanessa Grazziotin, do PCdoB do Amazonas, alertou para o caixa dois de campanha. (Vanessa Grazziotin) O problema não é o financiamento público. Isso seria a solução. O problema é que nós já estamos vendo que parece que o caixa 2 não é uma história do passado não. Parece que esse caixa 2 e a mobilização com muitos recursos já começam acontecer. Têm candidatos já comprando cabo eleitoral, tem candidato já espalhando muito dinheiro. (Repórter) O caixa 2 é crime punido com até 5 anos de prisão e até cassação de mandato se for comprovado “abuso de poder econômico” para interferir indevidamente no resultado das eleições.

Ao vivo
00:0000:00