Plenário derruba decreto presidencial que reduzia IPI de concentrados de refrigerantes na Zona Franca de Manaus
A bancada do Amazonas conseguiu aprovar um projeto (PDS 57/2018) que vai sustar um decreto presidencial que reduziu de 20% para 4% os incentivos do IPI das indústrias de xaropes para refrigerantes do Polo Industrial de Manaus. A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) argumentou que o decreto é inconstitucional por acabar com benefícios fiscais da Zona Franca de Manaus, protegida pela Constituição. A equipe econômica contava com uma receita de R$ 1,9 bilhão com o fim da isenção do IPI na Zona Franca para bancar a subvenção ao diesel para atender aos caminhoneiros. O líder do governo, senador Romero Jucá (MDB-RR), não descartou um veto caso o projeto seja aprovado pela Câmara dos Deputados.

Transcrição
LOC: APÓS MOBILIZAÇÃO DA BANCADA DO AMAZONAS, O SENADO DERRUBOU O DECRETO QUE ACABAVA COM INCENTIVOS PARA PRODUÇÃO DE REFRIGERANTES NA ZONA FRANCA DE MANAUS.
LOC: O GOVERNO FEDERAL CONTAVA COM ESSA RECEITA PARA BANCAR SUBVENÇÃO AO DIESEL. REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN.
(Repórter): No final de maio, o presidente Michel Temer reduziu de 20 para 4% os incentivos do Imposto sobre Produto Industrializado dos fabricantes de xaropes usados na produção de refrigerantes localizados no Polo Industrial de Manaus. Em resposta, a bancada do Amazonas apresentou um projeto para sustar esse decreto alegando prejuízos para a Zona Franca, até então, vantajosa pelo crédito de 20% para os fabricantes que compravam o insumo de lá. A senadora Vanessa Grazziotin do PC do B do Amazonas argumentou que o decreto é inconstitucional por acabar com benefícios fiscais da Zona Franca de Manaus protegida pela Constituição.
(Vanessa) Se hoje ele ataca por decreto o setor de concentrado, amanhã ele pode atacar o setor de duas rodas, no dia seguinte, pode atacar o setor de eletroeletrônicos. E numa canetada, através de decreto, ele pode fazer morta a letra constitucional que garante a Zona Franca de Manaus.
(Repórter): Contrário ao projeto, o PT citou os problemas de saúde com o estímulo à indústria do refrigerante. O líder da minoria, senador Humberto Costa do PT de Pernambuco argumentou que essa isenção se transformou num subsídio.
(Humberto) Nesse caso não é simplesmente uma renúncia, é um subsídio mesmo porque o valor que é declarado por essas empresas para preço do xarope é bem maior do que é na verdade. Então, isso gera um crédito é muito maior do que aquilo que é o débito dessas empresas com ICMS isso termina sendo utilizado em outros estados para abater impostos também.
(Repórter): A equipe econômica contava com uma receita de R$ 1,9 bilhão com o fim da isenção do IPI na Zona Franca para bancar a subvenção ao diesel para atender aos caminhoneiros. O líder do governo, senador Romero Jucá do MDB de Roraima, não quis adiantar se o projeto será vetado.
(Jucá): Essa matéria vai para Câmara dos Deputados ainda. Ela não tem validade nenhuma com a votação no Senado. Portanto, é importante dizer que nada muda na questão que foi acertada com os caminhoneiros.
(Repórter): A Associação dos Fabricantes de Refrigerante do Brasil criticou o projeto por permitir concorrência desleal já que as empresas em Manaus podem reduzir o preço pela compensação do crédito tributário. Da Rádio Senado, Hérica Christian