Comissão discute relações estratégicas com a Bolívia no setor energético
O aprofundamento da relação energética entre Brasil e Bolívia foi debatido na Comissão de Relações Exteriores do Senado. Gás natural e hidroeletricidade são as principais possibilidades de investimento na relação bilateral. O senador Cristovam Buarque (PPS-DF) mostrou preocupação com a atual percepção dos bolivianos sobre a Petrobras. O futuro embaixador brasileiro na Bolívia afirmou que a Petrobras foi convidada a investir mais no país. A reportagem é de Floriano Filho, da Rádio Senado.

Transcrição
LOC: O POSSÍVEL APROFUNDAMENTO NA RELAÇÃO ENERGÉTICA COM A BOLÍVIA FOI DISCUTIDO NA COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORES DO SENADO.
LOC: AS IMPORTAÇÕES DE GÁS NATURAL E A HIDROELETRICIDADE SÃO VISTAS COMO AS MELHORES OPORTUNIDADES NA RELAÇÃO BILATERAL. REPÓRTER FLORIANO FILHO.
TÉC: Não é só por ser o único país da América do Sul que tem fronteira com quatro estados brasileiros que a Bolívia atrai cada vez maior interesse geopolítico. É o país que possui a maior fronteira terrestre com o Brasil. Isto cria tanto problemas, como a imigração ilegal e o tráfico de drogas e armas, como oportunidades. Especialmente no setor energético. A Bolívia é o maior fornecedor de gás natural para o Brasil. Essas importações representam praticamente 30% do que é utilizado pelos brasileiros. No setor elétrico, os dois países estão estudando a instalação de uma hidrelétrica binacional sobre o rio Madeira. O projeto poderia transformar a Bolívia em polo exportador para todo o continente, incluindo o sudeste brasileiro. Mas durante a audiência pública na Comissão de Relações Exteriores, o senador Cristovam Buarque, do PPS do Distrito Federal, quis saber sobre a percepção atual dos bolivianos sobre a Petrobras, que teve uma refinaria brasileira invadida e, posteriormente, nacionalizada em 2007 pelo governo boliviano.
(Cristovam Buarque) As relações da Petrobras com a Bolívia que há alguns anos atrás eram consideradas como algo quase imperialista ainda é um problema nessa nossa relação daqui para frente? O diplomata Octavio Garcia Côrtes, que teve aprovada a indicação como próximo embaixador brasileiro na Bolívia, afirmou que os conflitos do passado foram superados e o governo boliviano pediu mais investimentos da Petrobras no país.
(Octavio Garcia) Há uma promessa da própria Petrobras de aumentar investimentos na Bolívia que permitam (...) a continuidade do fornecimento de gás que dependerá do acordo a que se chegar no ano que vem (...).
(Repórter) Depois de quatro anos com quedas seguidas, as importações de gás natural da Bolívia por Mato Grosso do Sul voltaram a crescer em 2018. Da Rádio Senado, Floriano Filho.