Agropecuária sustentável e cumprimento do Código Florestal reduziria desmatamento, dizem especialistas — Rádio Senado
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Agropecuária sustentável e cumprimento do Código Florestal reduziria desmatamento, dizem especialistas

As ações do Brasil para cumprir as metas de redução do desmatamento ilegal tanto na Amazônia, quanto no Cerrado foram discutidas durante audiência pública da Comissão Mista de Mudanças Climáticas (CMMC). Celso Manzatto, da Embrapa, mostrou o desenvolvimento da produção agropecuária sustentável por meio de tecnologias que vêm sendo implementadas ao longo dos anos. Celso ressaltou a diminuição do desmatamento tanto na Amazônia, quanto no Cerrado e disse que ações de intensificação produtiva ajudaram nesses resultados. Mas na visão do IPAM, o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, a pecuária é ainda a grande responsável pelo desmatamento ilegal e grande parte desse desmatamento se concentra em grandes polígonos dentro de assentamentos.

26/06/2018, 20h42 - ATUALIZADO EM 27/06/2018, 11h37
Duração de áudio: 02:39
Comissão Mista Permanente sobre Mudanças Climáticas (CMMC) realiza audiência pública interativa para debater o seguinte tema: "Combate ao desmatamento ilegal na Amazônia e no Cerrado: situação atual e propostas para o atingimento da Contribuição Nacionalmente Determinada do Brasil (NDC)." 

Mesa: 
assessor técnico da Comissão Nacional de Meio Ambiente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Carlos de Carli; 
coordenador de Mudanças Climáticas e Energia do WWF-Brasil, André Nahur; 
diretora de Ciências do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), Ane Auxiliadora Alencar Costa; 
relator da CMMC, senador Jorge Viana (PT-AC); 
coordenador geral de Fiscalização Ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Renê Oliveira; 
pesquisador da Embrapa Meio Ambiente, Celso Vainer Manzatto; 
pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. (INPE), Claudio Aparecido de Almeida.

Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado
Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

Transcrição
LOC: AS AÇÕES DO BRASIL PARA CUMPRIR AS METAS DE REDUÇÃO DO DESMATAMENTO ILEGAL TANTO NA AMAZÔNIA, QUANTO NO CERRADO FORAM DISCUTIDAS DURANTE AUDIÊNCIA PÚBLICA DA COMISSÃO MISTA DE MUDANÇAS CLIMÁTICAS. LOC: AGRICULTURA E PECUÁRIA, CONSIDERADAS AINDA RESPONSÁVEIS POR GRANDE PARTE DO DESMATAMENTO NO PAÍS, JÁ MOSTRAM AVANÇOS NA PRODUÇÃO SUSTENTÁVEL, SEGUNDO A EMBRAPA. OUÇA MAIS DETALHES NA REPORTAGEM DE PAULA GROBA. Téc: Estudos mostram que se a Amazônia chegar aos 20 por cento de desmatamento da área total, as perdas florestais serão irreparáveis e as consequências serão grandes áreas de cerrado, no lugar do que hoje é bioma Amazônia. Segundo o coordenador de Mudanças Climáticas da WWF, André Nahur, as perdas florestais trazem, sobretudo, grandes prejuízos financeiros para o Brasil. (ANDRÉ) Enquanto a gente não vê essa oportunidade de aproveitar essa economia de Baixo Carbono para trazer uma alternativa econômica para as pessoas também paga legal nosso valor das commodities agrícolas brasileiras no mercado internacional também por ser uma commodity de Baixo Carbono e a tendência no futuro é isso acontecer a gente vai perder mercado. (rep) Celso Manzatto, da Embrapa, mostrou o desenvolvimento da produção agropecuária sustentável por meio de tecnologias que vêm sendo implementadas ao longo dos anos. Celso ressaltou a diminuição do desmatamento tanto na Amazônia, quanto no Cerrado, e disse que ações de intensificação produtiva ajudaram nesses resultados. (CELSO) O que nós precisávamos quase três hectares no início do século para produzir um boi, hoje nós precisamos apenas de menos de 1 hectare. A intensificação produtiva como estratégia e integração está relacionada com a questão dessa diminuição do desmatamento, ou seja, aumento da produção, aumento da oferta de alimentos impacto nos preços e diminuindo a pressão do desmatamento para uso agrícola. (rep) Na visão do IPAM, o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, a pecuária é ainda a grande responsável pelo desmatamento ilegal e grande parte desse desmatamento se concentra em grandes polígonos dentro de assentamentos. Ane Costa, diretora de Ciências do IPAM, condenou a quarta prorrogação do prazo final para o Cadastramento Ambiental Rural, um dos instrumentos criados no Código Florestal para mapear áreas desmatadas e conservadas no país. A crítica à prorrogação do prazo também veio do senador Jorge Viana, do PT do Acre, que é relator da comissão e foi o relator do Código Florestal. (JORGE) Uma boa maneira de nós evitamos o desmatamento era a implementação do novo código e dando o passo seguinte que fazer na vinculação e que só vai ter acesso a crédito a programa de políticas públicas aqueles que tiverem de fato aderido feito o Car cadastro ambiental Rural e aderido ao programa de regularização do seu passivo ambiental que é uma consequência do CAR. Para o Ibama, o país ainda tem muito a fazer para zerar o desmatamento ilegal, meta que o Brasil se comprometeu a cumprir até 2030 no Acordo do Clima. Mas segundo Renê Oliveira, coordenador de fiscalização do órgão, é possível cumpri-la. Da Rádio Senado, Paula Groba.

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