CDH debate o Dia Mundial contra a Homofobia, celebrado em 17 de maio — Rádio Senado
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CDH debate o Dia Mundial contra a Homofobia, celebrado em 17 de maio

A cada 48 horas uma pessoa trans ou uma travesti é assassinada no Brasil. O dado foi trazido pelo defensor público e participante do Grupo Identidade de Gênero e Cidadania – LGBTI, Atanásio Lucero Júnior ao debate na Comissão de Direitos Humanos sobre "O dia internacional de enfrentamento à LGBTIfobia".  A senadora Marta Suplicy (PMDB-SP) lamentou que projetos que preveem mais proteção à população LGBT e também trazem direitos, como ao casamento civil, não são votados no Congresso Nacional.

16/05/2018, 18h50 - ATUALIZADO EM 17/05/2018, 09h00
Duração de áudio: 03:15
Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) realiza audiência interativa sobre o dia internacional de enfrentamento à LGBTIfobia.

Mesa:
representante do Coletivo de Feministas Lésbicas de São Paulo, Irina Bacci;
diretora do UNAIDS no Brasil – Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids, Georgiana Braga-Orillard;
representante do Banco Itaú Unibanco, Bruno Crepaldi;
membro do Grupo Identidade de Gênero e Cidadania – LGBTI e representante da Defensoria Pública da União (DPU/RS), Atanásio Darcy Lucero Júnior;
presidente eventual da CDH, senadora Marta Suplicy (PMDB-SP);
diretor presidente da Aliança Nacional LGBTI, Toni Reis;
secretário geral da Rede Regional GayLatino, Simón Cazal;
coordenadora de Organismos Internacionais em Direitos Humanos do Grupo Dignidade/Comissão da Diversidade Sexual e de Gênero da OAB-Paraná, Ananda Puchta.

Foto: Roque de Sá/Agência Senado
Foto: Roque de Sá/Agência Senado

Transcrição
LOC: O BRASIL É O PAÍS QUE MAIS MATA HOMOSSEXUAIS NO MUNDO. FORAM 445 CASOS DE ASSASSINATOS EM 2017, SEGUNDO LEVANTAMENTO DO GRUPO GAY DA BAHIA, QUE HÁ MAIS DE TRINTA ANOS FAZ ESSA PESQUISA. LOC: A VIOLÊNCIA CONTRA A POPULAÇÃO LGBT FOI UM DOS TEMAS TRATADOS NO DEBATE PROMOVIDO PELA COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS PARA LEMBRAR DO DIA MUNDIAL CONTRA A HOMOFOBIA, CELEBRADO NESTA QUINTA-FEIRA, 17 DE MAIO. REPÓRTER LARISSA BORTONI. TÉC: A cada 48 horas uma pessoa trans ou uma travesti é assassinada no Brasil. O dado foi trazido pelo defensor público e participante do Grupo Identidade de Gênero e Cidadania – LGBTI, Atanásio Lucero Júnior ao debate na Comissão de Direitos Humanos sobre "O dia internacional de enfrentamento à LGBTIfobia". A violência contra essa parcela da sociedade brasileira é considerada crime de ódio, quando o criminoso escolhe a vítima por ela pertencer a um grupo específico. (Atanásio) Eles não são aceitos pela família. Não têm acesso à educação formal e em consequência não têm acesso a emprego. De acordo com a Antra, cerca de 90% das pessoas trans e travestis recorrem à prostituição e acabam, por conta disso, ser expostas à violência. (Larissa) Mais uma consequência dessa situação, segundo o defensor público, é que a expectativa de vida das trans e travestis é de 35 anos, contra a média no Brasil de 75 anos. Outro alerta dele é que apesar de o homicídio ser a violência mais grave, a população LGBT sofre outras agressões. (Atanásio) Violência física. Violência psicológica. Isso está nas piadas. Na ridicularização. Nos estereótipos. Nas pequenas coisas e quem faz parte da população percebe isso. Aquela piadinha. E a violência estrutural e sistemática do Estado de não proporcionar efetiva segurança a essas pessoas. (Larissa) Não são só más notícias. Em três anos os cartórios registraram 19 mil e quinhentos casamentos entre pessoas do mesmo sexo. Há ainda algumas empresas, como o Banco Itaú, que têm se preocupado com a diversidade. Funcionário da instituição financeira, Bruno Crepaldi esclareceu que países com legislação mais evoluída para a inclusão LGBT têm uma série de ganhos. (Bruno) Normalmente indicam um ambiente mais diverso e criativo na economia favorecendo um crescimento econômico e urbano. (Larissa) A senadora Marta Suplicy, do PMDB de São Paulo, lamentou que projetos que preveem mais proteção à população LGBT e também trazem direitos, como ao casamento civil, não são votados no Congresso Nacional. (Marta) O Brasil ainda não tem legislação federal específica para a população LGBTI. O que existe para uniformizar alguns direitos são decisões do Poder Judiciário. Nós temos um projeto adequado no plenário aqui do Senado que cada vez que a gente pensa em votar os senadores saem correndo e a gente fica avaliando se deve votar ou não. Essa proposta mencionada pela senadora Marta Suplicy permite o reconhecimento legal do casamento entre pessoas do mesmo sexo. Há em análise no Senado outros projetos voltados aos homossexuais. Um deles, fruto de uma sugestão da sociedade, com mais de cem mil assinaturas, cria o Estatuto da Diversidade Sexual e de Gênero. Durante a audiência pública foi lançado o Manual de Comunicação LGBTI mais, que é um guia para ajudar a produção de um jornalismo sem preconceito. Da Rádio Senado, Larissa Bortoni.

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