Comissão de Desenvolvimento Regional debate a situação da indústria cacaueira no Brasil — Rádio Senado
Audiência pública

Comissão de Desenvolvimento Regional debate a situação da indústria cacaueira no Brasil

Nem o perdão parcial de juros e multa tem resolvido o problema do endividamento na indústria cacaueira. A questão, que se arrasta há décadas, foi debatida nesta quarta-feira (18) na Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo do Senado (CDR). O economista Nelson Fraga Filho afirmou durante a audiência que o programa especial do governo para refinanciamento agrícola não está conseguindo sanear o problema. A senadora Lídice da Mata (PSB-BA) sugeriu resolver a questão passo a passo.

18/04/2018, 13h29 - ATUALIZADO EM 18/04/2018, 14h02
Duração de áudio: 02:15
Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR) realiza audiência pública interativa para debater o endividamento e as possíveis soluções para sanar a situação dos produtores de cacau da Bahia. 

Mesa: 
economista e assessor legislativo, Nelson Vieira Fraga Filho; 
superintendente de Administração e Recuperação de Crédito do Banco do Nordeste (BNB), Jorge Ivan Falcão Costa; 
vice-presidente da CDR, senadora Lídice da Mata (PSB-BA); 
produtor rural, Guilherme Galvão; 
gerente de divisão da Diretoria de Agronegócios do Banco do Brasil (BB), Ana Amélia de Carvalho Palmeira.

Foto: Geraldo Magela/Agência Senado
Geraldo Magela/Agência Senado

Transcrição
LOC: UM ENDIVIDAMENTO QUE SE ARRASTA HÁ DÉCADAS VEM PREJUDICANDO A RECUPERAÇÃO DA INDÚSTRIA CACAUEIRA NO PAÍS. LOC: O ASSUNTO FOI DISCUTIDO EM AUDIÊNCIA PÚBLICA NO SENADO NESTA QUARTA-FEIRA. REPÓRTER FLORIANO FILHO. (Repórter) Até meados dos anos 20, o Brasil era o maior produtor mundial de cacau, principal matéria-prima do chocolate. No final dos anos 80 a praga conhecida como vassoura-de-bruxa dizimou plantações inteiras, levando muitos produtores brasileiros à falência. Ainda assim, o Brasil continua como o quinto maior produtor e consumidor no mundo. A indústria cacaueira enfrenta também problemas como crises hídricas e dívidas que produtores tentam refinanciar desde 1995 com a ajuda de governos e bancos públicos, que com juros e multas, já atingiram valores bilionários. Segundo o produtor Guilherme Galvão, um dos participantes na audiência pública na Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo, os baianos foram os mais atingidos pela praga e pelo endividamento. (Guilherme Galvão) A Bahia já nesta safra não produziu a quantidade do Pará. (...) E nós estamos sem atender a demanda interna, precisando ter importações, (...) que podem trazer doenças. (Repórter) Como a maioria dos produtores já hipotecaram suas propriedades para refinanciar as dívidas e vários entraram na Justiça, o acesso ao crédito ficou mais difícil, mesmo com a proposta de perdão da maior parte dos juros e multas. O economista e assessor legislativo Nelson Fraga Filho afirmou que o programa especial para refinanciamento agrícola, conhecido como PESA, não está conseguindo sanear o problema das dívidas. (Nelson Fraga) É uma incoerência. Isto acaba multiplicando. Por isso é que o PESA a cada ano aumenta o número de devedores. (Repórter) A senadora Lídice da Mata, do PSB da Bahia, sugeriu resolver a questão passo a passo. (Lídice) Sendo assim nós íamos acompanhando essa agenda e certamente tendo algumas vitórias. (Repórter) Lídice da Mata propôs a realização de uma nova audiência para debater a questão também com órgãos do governo federal. RDR 3/2018

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