Debatedores falam sobre os rumos da economia brasileira — Rádio Senado
Comissão Senado do Futuro

Debatedores falam sobre os rumos da economia brasileira

Em audiência da Comissão Senado do Futuro, na noite desta segunda-feira (9), debatedores falaram sobre os rumos da economia brasileira. O diretor em Brasília da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), Carlos Mussi, disse que, se o Brasil não fizer reformas, especialmente a da Previdência, o país continuará desigual e sem grandes perspectivas para futuras gerações. Já para a coordenadora da Auditoria Cidadã da Dívida, Maria Lúcia Fattorelli, a real mudança na economia brasileira só virá após transformações estruturais na política econômica, que enfrentem a desigualdade na distribuição de renda, por exemplo. O presidente da comissão, senador Hélio José (PROS-DF), pontuou que o momento conturbado tem aumentado as incertezas econômicas. Ouça os detalhes na reportagem de Floriano Filho.

 

 

09/04/2018, 21h25 - ATUALIZADO EM 09/04/2018, 22h41
Duração de áudio: 02:46
Comissão Senado do Futuro (CSF) realiza audiência pública interativa para debater os rumos da economia brasileira. 

Mesa: 
professor e presidente do Conselho Federal de Economia (Cofecon), Julio Miragaya; 
professora e coordenadora nacional da Auditoria Cidadã da Dívida (ACD), Maria Lúcia Fattorelli; 
presidente da União Planetária, Ulisses Riedel; 
presidente da CSF, senador Hélio José (PROS-DF); 
diretor do escritório da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), em Brasília, Carlos Mussi; 
professor do Departamento de Economia da Universidade de Brasília, pesquisador nível IB do CNPq e pesquisador associado do Centro de Estudos do Novo-Desenvolvimentismo, José Luís da Costa Oreiro.

Foto: Roque de Sá/Agência Senado
Foto: Roque de Sá/Agência Senado

Transcrição
LOC: SE O GOVERNO BRASILEIRO CONSEGUIR REALIZAR REFORMAS ECONÔMICAS E MANTIVER A POLÍTICA FISCAL SOB CONTROLE, GASTANDO SÓ O POSSÍVEL, PODERÁ ACELERAR O CRESCIMENTO SEM PERDER O CONTROLE SOBRE A DÍVIDA PÚBLICA. LOC: ESSE FOI UM DOS DIAGNÓSTICOS EM AUDIÊNCIA PÚBLICA DO SENADO SOBRE OS RUMOS DA ECONOMIA BRASILEIRA. REPÓRTER FLORIANO FILHO. TÉC: Após enfrentar dois anos de maior recessão da sua história, a economia brasileira voltou a dar sinais de crescimento e redução do desemprego, principalmente a partir de 2017. O resultado coincidiu com a redução das despesas totais do governo central, que fez cortes bilionários nos gastos orçamentários. Não foi uma tarefa fácil porque os gastos obrigatórios continuaram crescendo. A carga tributária brasileira se manteve entre as mais pesadas da América Latina. Só não é maior do que a de Cuba. O senador Helio José, do PROS do Distrito Federal, presidiu a audiência pública na Comissão Senado do Futuro e afirmou que o momento conturbado tem aumentado as incertezas econômicas. (Helio José) As perspectivas (...) são incertas, assim como é incerto o momento da crise que vivemos no Brasil e no resto do mundo. (Repórter) Carlos Mussi, diretor em Brasília da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe, a CEPAL, foi um dos participantes. Ele afirmou que, em termos internacionais, a dívida pública brasileira não está entre as mais elevadas, embora seja a maior na América Latina. O problema são as altas taxas de juros. Mussi explicou que se não realizar reformas, especialmente a da previdência, o Brasil vai continuar um país desigual sem grandes perspectivas para as futuras gerações em relação aos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, a OCDE. (Carlos Mussi) Hoje as crianças brasileiras são muito mais pobres do que a média da OCDE. (...) Essas crianças têm que ser mais produtivas do que nós, senão nem elas vão conseguir pagar (...) a aposentadoria dos pais. (Repórter) Para Maria Lúcia Fattorelli, coordenadora do movimento Auditoria Cidadã da Dívida, a real mudança na economia brasileira só virá após transformações estruturais na política econômica. (Fattorelli) Nona economia mundial, pior distribuição de renda, 79º. lugar no ranking dos direitos humanos. (...) Enquanto isso aqui não mudar, nós não podemos parar de lutar, de denunciar esse modelo, essa opção equivocada. (Repórter) A pesquisa Focus do Banco Central projeta um crescimento da economia brasileira de 2,8% neste ano e de 3% em 2019. Da Rádio Senado, Floriano Filho.

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