Especialistas apontam fragilidades do Mercosul e impasses que prejudicam o Brasil — Rádio Senado
Mercosul

Especialistas apontam fragilidades do Mercosul e impasses que prejudicam o Brasil

A perda de espaço entre partidos de esquerda na América Latina abre oportunidades para novos acordos de comércio. Especialistas debateram o assunto na Comissão de Relações Exteriores do Senado e afirmaram que o Mercosul vem perdendo terreno comercial para outras partes do mundo. A senadora Ana Amélia (PP-RS) lamentou que o Brasil não tenha avançado em novos acordos de livre comércio durante os últimos vinte anos, especialmente com a União Europeia.  A reportagem é de Floriano Filho, da Rádio Senado.

02/04/2018, 20h52 - ATUALIZADO EM 02/04/2018, 20h52
Duração de áudio: 02:20
Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) realiza ciclo de debates "O Brasil e a Ordem Internacional: Estender Pontes ou Erguer Barreiras?" 3º Painel: "América Latina: Eleições Regionais e suas consequências para a integração e os acordos (Mercosul e União Europeia)". 

Mesa: 
professor do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (UNB) e doutor em Sociologia pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP), Doutor Alcides Costa Vaz; 
presidente eventual da CRE, senadora Ana Amélia (PP-RS); 
professora do Centro Universitário de Brasília (UniCEUB) e doutora em Direito pela Universidade Nancy 2 (França) e mestre em Direito das Relações Internacionais pelo Centro Universitário de Brasília (UniCEUB), Doutora Gleisse Ribeiro Alves. 

Foto: Moreira Mariz/Agência Senado
Moreira Mariz/Agência Senado

Transcrição
LOC: O AVANÇO DE PARTIDOS LIBERAIS E CONSERVADORES NA AMÉRICA LATINA PODERÁ FORTALECER O COMÉRCIO EXTERNO, MAS O MERCOSUL ESTÁ PERDENDO TERRENO. LOC: ESPECIALISTAS DISCUTIRAM AS PERSPECTIVAS PARA A REGIÃO EM PAINEL NA COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORES DO SENADO. REPÓRTER FLORIANO FILHO. (Repórter) Após mais de dez anos de predomínio na América Latina, partidos de esquerda perderam espaço na região. Para a professora Gleisse Alves, do Centro Universitário de Brasília, os países latino-americanos precisam definir no novo cenário suas estratégias de relação com outras nações e blocos mundiais. Ela enxerga duas grandes tendências no mundo hoje. Um multilateralismo mais identificado com a União Europeia e regimes que desafiam tendências globalistas, como Estados Unidos, China e Rússia. No seminário da Comissão de Relações Exteriores, Gleisse afirmou que o Mercosul não conseguiu fortalecer instituições que dessem maior consistência ao bloco. Para a especialista, o Brasil tem que diversificar e consolidar novas parcerias internacionais, aprimorando suas estratégias. (Gleisse Alves) Qual é o cenário que está estruturado? É uma China que quer cooperar? Pois eu vou cooperar e vou aproveitar. E no Mercosul nós temos que criar uma identidade. (...) O que é que nós queremos negociar? (Repórter) Alcides Vaz, professor da Universidade de Brasília, concordou que partidos e movimentos de esquerda na América Latina perderam espaço. Um processo que está mais adiantado em países como Argentina e Chile. Isso poderá estimular o comércio regional durante algum tempo. Mas Alcides constatou que o Mercosul vem perdendo terreno para as oportunidades de comércio em outras partes do mundo. (Alcides Vaz) A região se fragmentou. (...) O movimento político que emana desses processos eleitorais não (...) produziu um sentido mínimo de coesão regional. (Repórter) A senadora Ana Amélia, do PP do Rio Grande do Sul, lamentou que o Brasil não tenha avançado mais em novos acordos de livre comércio durante os últimos vinte anos, especialmente com a União Europeia. (Ana Amélia) Se você olhar o cenário Mercosul com os acordos feitos até agora, foram muito pequenos. Pouco significativos. (Repórter) O Mercosul tem acordos de livre comércio com Israel, Egito, Líbano e Palestina.

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