Fórum Mundial da Água conclui trabalhos após 300 conferências sobre o tema
Debates sobre agricultura, saneamento, revitalização dos rios e acesso à água potável, além de tecnologias de uso racional da água, foram alguns dos temas das 300 conferências realizadas durante a 8ª edição do Fórum Mundial da Água, em Brasília. O anúncio de envio ao Congresso Nacional de um projeto para atualizar a Lei sobre Saneamento e a criação de mais duas novas áreas de proteção nos arquipélagos de São Pedro, São Paulo, Trindade e Martim marcaram as possibilidades de avanço na área ambiental para o Brasil. O senador Elmano Ferrer (PMDB-PI), que participou do evento, avaliou que as políticas de saneamento não interessam a governadores e prefeitos.
Transcrição
LOC: DEBATES SOBRE FLORESTAS, AGRICULTURA, REVITALIZAÇÃO DE RIOS E A INCLUSÃO DO DIREITO FUNDAMENTAL À ÁGUA NA CONSTITUIÇÃO FORAM ALGUNS TEMAS DO OITAVO FÓRUM MUNDIAL DA ÁGUA.
LOC: A EDIÇÃO DESTE ANO, QUE SE ENCERRA NESTA SEXTA-FEIRA, FOI CONSIDERADA UM SUCESSO PARA OS ORGANIZADORES. REPÓRTER PAULA GROBA.
TÉC: O anúncio de envio ao Congresso Nacional de um projeto para atualizar a Lei sobre saneamento e a criação de novas áreas de proteção nos arquipélagos de São Pedro, São Paulo, Trindade e Martim marcaram as possibilidades de avanço na área ambiental, para o Brasil, discutidas durante o Oitavo Fórum Mundial da Água. O ministro de Meio Ambiente, Sarney Filho, anunciou que, pelo segundo ano consecutivo, o desmatamento foi reduzido
(SARNEY) Todos aqui sabem a importância da floresta amazônica para o regime de chuvas do sul do continente são os rios voadores, a floresta mantém e amplia a umidade que vem do mar e nesses primeiros seis meses desmatamento na Amazônia caiu em 20% além dos 16% do ano passado.
(REP) Segundo o Ministério da Agricultura, 90% do que é produzido no Brasil utiliza água das chuvas. Outros 10% necessitam de irrigação. Mas, se no campo, o governo anuncia reuso de água, um relatório mundial divulgado pela ONU durante o Fórum revela que países em desenvolvimento ainda investem pouco em tecnologias desse tipo na área urbana. Países com renda mais elevada chegam a tratar 38% das águas residuais urbanas e industriais que produzem, enquanto nos países de média-baixa o percentual é de 28% e, nos de renda baixa, apenas 8%. Para o senador Elmano Ferrer, do PMDB do Piauí, o problema vem da falta de interesse por políticas no setor.
(ELMANO) Saneamento nenhum governo tem interesse porque fica debaixo do solo, aquilo não tem inauguração lamentavelmente é um quadro triste.
(REP) O acesso ao saneamento e o direito à água como fundamental estão previstos no manifesto parlamentar aprovado durante o fórum, na conferência aberta pelo presidente do Congresso Nacional, Eunício Oliveira. Além da carta dos parlamentares, as consequências do mau uso da água foram citadas em outro documento, a Carta de Brasília, feita por juízes durante reuniões no fórum e apresenta os conceitos de poluidor-pagador e usuário pagador. Pelo texto, ficou estabelecido que tanto quem causa poluição como quem utiliza os recursos hídricos deve pagar por isso. Da Rádio Senado, Paula Groba.
