Crise hídrica é tema de audiência pública na Comissão Senado do Futuro
A crise hídrica no país é assunto de debate e estudos no Senado desde 2014. A revista Em Discussão lançou uma edição com o debate que se aprofundava no Senado. A Consultoria Legislativa fez dois estudos sobre o assunto. Um aborda “A crise hídrica brasileira no contexto do plano para a segurança alimentar, nutrição e erradicação da fome 2025 da CELAC” e o outro, trata dos Recursos Hídricos e Desenvolvimento Sustentável no Brasil. Além de diversas comissões, o Plenário do Senado também debateu o tema em uma Sessão Temática. A Comissão Senado do Futuro (CSF) voltou ao assunto nesta quinta-feira (8). Os participantes ressaltaram, ainda, a realização do 8º Fórum Mundial da Água, em Brasília, nos dias 18 a 23 de março. O presidente da comissão, senador Hélio José (PROS-DF), também destacou a situação da capital federal que passa por um racionamento desde o início de 2017.

Transcrição
LOC: A COMISSÃO SENADO DO FUTURO DEBATEU NESTA QUINTA-FEIRA A CRISE HÍDRICA NO PAÍS.
LOC: OS PARTICIPANTES RESSALTARAM A IMPORTÂNCIA DA REALIZAÇÃO, NO BRASIL, DA OITAVA EDIÇÃO DO FÓRUM MUNDIAL DA ÁGUA. A REPORTAGEM É DE MARCELLA CUNHA.
TÉC: A audiência pública promovida pela Comissão Senado do Futuro discutiu a crise hídrica e a importância do Oitavo Fórum Mundial da Água, que acontece em Brasília, entre os dias 18 e 23 de março. O presidente da comissão, senador Hélio José, do PROS do Distrito Federal, destacou a situação da capital, que enfrenta um racionamento de água desde janeiro de 2017 e levou os moradores a reverem o consumo de água.
(Hélio): “Todos os economizaram, assim como fizemos na época dos apagões elétricos, a sociedade responde positivamente ao novo desafio. Contudo ainda com muita desigualdade entre os consumidores. Nas regiões de alto padrão de rendimento o consumo per capita ainda é muito elevado e ainda se situa muito acima dos níveis preconizados pela Organização Mundial da Saúde.”
(REP) Já o vice-presidente da Abdib, a Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base, Ralph Lima, apresentou um estudo que mostra que houve pouca evolução na crise hídrica desde 2012.
(Ralph): “Nos últimos seis anos a crise é absolutamente a mesma. Ela é itinerante, ela só tá mudando de local, em alguns lugares inclusive permanecendo 5 ou 6 anos que é o caso do Nordeste que enfrenta talvez a sua pior crise extensão e intensidade. Já afetou São Paulo, centro da região Sudeste.”
(REP) Para a Abdib, que participa da organização do Fórum, deverão ser apresentadas durante o encontro soluções como a ampliação do consumo consciente, investimentos em prevenção e despoluição e universalização do saneamento básico. A representante da Companhia de Saneamento de Goiás, Lívia Dias, acredita que discutir o problema da água a nível mundial será importante para dimensionar a crise brasileira.
(Lívia): “Para vermos que não é uma questão de um país subdesenvolvido, não é uma questão de um estado ou outro mais ou menos desenvolvido, quando pega o Nordeste e quando pega São Paulo. Não é só tecnologia, não é só dinheiro, de uso e costumes da população por que isso pega uma gama muito grande do total de um país como no nosso e que por ironia é um país rico em água.”
(REP) A expectativa é que 40 mil pessoas de mais de 160 países participem do Oitavo Fórum Mundial da Água. Da Rádio Senado, Marcella Cunha.