Cinco brasileiros detêm o equivalente à riqueza da metade da população do país — Rádio Senado
Desigualdade

Cinco brasileiros detêm o equivalente à riqueza da metade da população do país

Em 2017, surgiram mais de dois mil novos bilionários no mundo. No Brasil, cinco pessoas detêm o equivalente à riqueza da metade da população. Os dados constam de um estudo da organização não-governamental britânica Oxfam, divulgado nesta segunda-feira (22). O relatório “Recompensem o trabalho, não a riqueza” aponta o aumento da desigualdade e da concentração de renda no mundo. Na avaliação do senador Jorge Viana (PT-AC), essa realidade se deve ao modelo econômico adotado pelo país e à falta de investimento em políticas sociais. Já o senador Elmano Férrer (PMDB-PI) acredita que a concentração de riqueza gera os problemas sociais que o Brasil enfrenta. Na opinião da senadora Vanessa Grazziontin (PCdoB-AM), o governo não age nas causas das desigualdades. E a senadora Rose de Freitas (PMDB-ES) diz que cabe ao governo distribuir riqueza, para reduzir o problema.

23/01/2018, 14h13 - ATUALIZADO EM 23/01/2018, 14h58
Duração de áudio: 02:46
Retirada de Moradores da Favela no Ouro Preto
Foto:Marco Antônio/SECOM Maceió *** Local Caption *** Retirada de Moradores Ouro Preto
Marco Antônio/Secom Maceió

Transcrição
LOC: EM 2017, SURGIRAM MAIS DE DOIS MIL NOVOS BILIONÁRIOS NO MUNDO. E NO BRASIL, CINCO PESSOAS DETÊM O EQUIVALENTE À RIQUEZA DA METADE DA POPULAÇÃO. LOC: SENADORES COMENTAM O ESTUDO DE INSTITUIÇÃO BRITÂNICA COM ESSES DADOS, DIVULGADOS NESSA SEGUNDA-FEIRA, 22 DE JANEIRO. REPORTAGEM DE IARA FARIAS BORGES: TÉC.: O relatório Recompensem o trabalho, não a riqueza da ONG britânica Oxfam aponta o aumento da desigualdade e da concentração de renda no mundo. Segundo o estudo, o Brasil ganhou 12 novos bilionários em 2017, passando de 31 para 43. As cinco pessoas mais ricas do Brasil, diz o relatório, concentram o equivalente à riqueza da metade mais pobre dos brasileiros. O relatório ainda aponta que a maior parte das fortunas provém de heranças, monopólios ou relações clientelistas com o governo, não por talento, esforço ou disposição para assumir riscos. Na avaliação do senador Jorge Viana, do PT do Acre, o aumento da desigualdade se deve ao modelo econômico adotado pelo país e à falta de investimento em políticas sociais. (J.Viana) “É um sinal do mundo insustentável, do ponto de vista social e econômico. E o mais lamentável: nós estávamos no caminho certo e, agora, parece que o Brasil resolver adotar uma forma que gera mais desigualdade ainda, com o limite de gastos nas áreas sociais, fim de investimentos, o desemprego”. (Rep): É a concentração de riqueza, disse o senador Elmano Férrer, do PMDB do Piauí, que gera os problemas sociais que o Brasil enfrenta. (E. Férrer) “Todas as tentativas de redistribuição da riqueza do país, todas elas falharam. É o grande desafio que está posto para todos nós. Há insatisfação coletiva. Isso tudo é um resultado da má distribuição da renda e da riqueza”. (Rep): Na opinião da senadora Vanessa Grazziontin, do PC do B do Amazonas, o governo não age nas causas das desigualdades. O índice das taxas de juros, por exemplo, ressaltou a senadora, empobrece a população, mas enriquece alguns. (Vanessa) “Ué! Mas nós não vivemos um período de crise econômica? Então, pelo que esse estudo mostra, a crise econômica e financeira é uma crise do povo, uma crise dos pobres, e uma oportunidade para os ricos”. (Rep): Já para a senadora Rose de Freitas, do PMDB do Espírito Santo, cabe ao governo diminuir as desigualdades. (R.Freitas) “O governo tem que aprender a distribuir. Se tem riqueza, distribuir riqueza. Mas eu considero que não é a riqueza em si que você tem que tratar. É a falência das políticas públicas é que facilita a concentração de dinheiro nas mãos de alguns”. (Rep): Oxfam vai participar do Fórum Econômico Mundial, que começa no dia 23 de janeiro, em Davos, na Suíça, e vai levar o debate para a elite econômica do mundo.

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