Ciclo de painéis sobre a nova ordem internacional se encerra debatendo as relações do Brasil com seus vizinhos
O esforço da diplomacia brasileira em manter relações amistosas com seus vizinhos foi destaque no debate sobre a nova ordem internacional realizado pela Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado (CRE). Este foi o último painel de 2017. O presidente da CRE, senador Fernando Collor de Mello (PTC – AL), destacou a coincidência da realização do ciclo de painéis com a eleição do presidente norte-americano Donald Trump. Collor, que foi autor do requerimento da realização dos 18 painéis sobre o Brasil e a nova ordem internacional, criticou o pensamento isolacionista de Trump. O ciclo de debates deve ser retomado no ano que vem.
Transcrição
LOC: O ESFORÇO DA DIPLOMACIA BRASILEIRA EM MANTER RELAÇÕES AMISTOSAS COM SEUS VIZINHOS FOI DESTAQUE NO DEBATE SOBRE A NOVA ORDEM INTERNACIONAL REALIZADO PELA COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORES DO SENADO.
LOC: ESTE FOI O ÚLTIMO PAINEL DE 2017. O CICLO DE DEBATES DEVE SER RETOMADO NO ANO QUE VEM. REPÓRTER CARLOS PENNA BRESCIANINI.
TÉC: O presidente da Comissão de Relações Exteriores, o senador Fernando Collor de Mello, do PTC de Alagoas, destacou a coincidência da realização do ciclo de painéis com a eleição do presidente norte-americano Donald Trump. Collor, que foi autor do requerimento da realização dos 18 painéis sobre o Brasil e a nova ordem internacional, criticou o pensamento isolacionista de Trump:
(COLLOR): Isso coincidiu com a eleição norte-americana, em que foi eleito um senhor, que veio com um discurso que nos chamou a todos a atenção pela sua desconexão com o mundo em que nós estamos vivendo. Ele falava exatamente em erguer barreiras, o que é uma coisa hoje, medieval.
(REP): Defendendo uma diplomacia sem confrontos, o embaixador Affonso Alencastro Massot explicou que o Brasil tem distensionado as relações com seus vizinhos ao longo do século 20 e que a criação do Mercosul foi um dos seus pontos mais importantes:
(MASSOT) Com a assinatura em março de 1991, do tratado de Assunção, entre a Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, criando o Mercado Comum do Sul, complementado pelo Tratado de Ushaya, de 98, que reafirma e disciplina a aplicação da cláusula democrática aos países membros do Mercosul.
(REP): A cláusula democrática do Mercosul não permite ditaduras fazerem parte do grupo. O professor Alfredo Ramalho da Rocha, da UnB, lembrou que os movimentos políticos e diplomáticos brasileiros têm sido calculados, para não criar atritos:
(RAMALHO): Uma liderança que vem se afirmando de uma maneira muito cautelosa, porque o Brasil é muito grande. Qualquer movimento do Brasil gera repercussões nos países vizinhos. O Brasil toma sempre muito cuidado, para que os seus movimentos não pareçam ameaçadores.
(REP): Em 2018, a Comissão deve promover uma nova rodada de audiências para a discussão de temas ligados às relações exteriores e defesa nacional. Em 2017 o tema do ciclo de debates foi "O Brasil e a Ordem Internacional: estender pontes ou erguer barreiras?" Da Rádio Senado, Carlos Penna Brescianini.