Comissão do Estatuto Trabalho debate terceirização, teletrabalho e a chamada uberização
A Subcomissão Temporária do Estatuto do Trabalho, da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) discutiu, nesta segunda-feira (27), tipos de prestação de serviços no Brasil, como a terceirização, o teletrabalho, o uso de aplicativos e o trabalho avulso, autônomo e voluntário. Pesquisadores e representantes de trabalhadores opinaram sobre essas formas de trabalho, suas vantagens e desvantagens. O vice-presidente da comissão, senador Paulo Paim (PT-RS), criticou as mudanças à reforma trabalhista enviadas por medida provisória ao Congresso. Segundo ele, o texto já recebeu 967 emendas.
Transcrição
LOC: A SUBCOMISSÃO DO ESTATUTO TRABALHO DEBATEU NESTA SEGUNDA-FEIRA TERCEIRIZAÇÃO, TELETRABALHO E A CHAMADA UBERIZAÇÃO.
LOC: A MEDIDA PROVISÓRIA FEITA À NOVA LEGISLAÇÃO TRABALHISTA TAMBÉM FOI ALVO DE DISCUSSÃO. REPÓRTER MARCELLA CUNHA.
(Repórter) A Subcomissão Temporária do Estatuto do Trabalho discutiu tipos de prestação de serviços, terceirização, teletrabalho, aplicativos, trabalho avulso, autônomo e voluntário. O consultor legislativo do Senado, Luiz Alberto dos Santos, citou um trabalho da OIT sobre as reformas na legislação trabalhista de 110 países entre 2008 e 2014. Segundo Santos, na maioria dos casos, o foco das reformas foi no caráter protetivo da regulamentação.
(Luiz Alberto) “Os contratos permanentes foram os centros dessas reformas, ou seja, a mudança de paradigma se dá precisamente a partir do enfraquecimento desses contratos como forma de proteção da relação de trabalho.”
(Repórter) O representante do CSP Conlutas, Saulo Arcangeli, falou sobre a precarização do trabalho terceirizado.
(Saulo Arcangeli) “De cada 10 acidente de trabalho 8 São terceirizados de cada 5 trabalhadores que morrem de acidente de trabalho 4 são terceirizados é você tem uma diferença salarial em torno de 30%.”
(Repórter) A pesquisadora do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho, Ludmilla Abílio, disse que a reforma trabalhista abre portas para a Uberização, uma nova forma de organização de trabalho, onde as empresas passam a se apresentar como mediadoras. Segundo Ludmilla, o trabalhador fica reduzido a apenas mais uma peça na produção.
(Ludmilla Abílio) “Você transformar esse trabalhador em ‘just in time’ é por exemplo o que o trabalho intermitente está fazendo na reforma trabalhista. Ele é um trabalhador que vai ser usado de acordo com as demandas da empresa.”
(Repórter) Apesar de críticas feitas ao teletrabalho, o representante da Central Pública do Servidor, Alex Canuto, defendeu um aumento na qualidade de vida dos trabalhadores.
(Alex Canuto) “O trabalhador não precisa perder horas cruzando a cidade ele pode fazer a sessão de computador da sua casa. Nossa maior dificuldade de implementação é como medir resultado, muitas vezes.”
(Repórter) O vice-presidente da comissão, senador Paulo Paim, do PT do Rio Grande do Sul, criticou as mudanças à Reforma Trabalhista enviadas por Medida Provisória.
(Paulo Paim) “Foram apresentadas 967 emendas. Nunca, nenhum projeto aqui na Casa, recebeu tantas emendas. Superou a todo e qualquer projeto individual, inclusive a reforma trabalhista.”
(Repórter) Os senadores da subcomissão devem divulgar a primeira versão do Estatuto do Trabalho no próximo Dia do trabalhador, primeiro de maio de 2018.
MP 808 – Reforma Trabalhista