Comissão do Estatuto Trabalho debate terceirização, teletrabalho e a chamada uberização — Rádio Senado
Audiência pública

Comissão do Estatuto Trabalho debate terceirização, teletrabalho e a chamada uberização

A Subcomissão Temporária do Estatuto do Trabalho, da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) discutiu, nesta segunda-feira (27), tipos de prestação de serviços no Brasil, como a terceirização, o teletrabalho, o uso de aplicativos e o trabalho avulso, autônomo e voluntário. Pesquisadores e representantes de trabalhadores opinaram sobre essas formas de trabalho, suas vantagens e desvantagens. O vice-presidente da comissão, senador Paulo Paim (PT-RS), criticou as mudanças à reforma trabalhista enviadas por medida provisória ao Congresso. Segundo ele, o texto já recebeu 967 emendas.

27/11/2017, 19h34 - ATUALIZADO EM 27/11/2017, 22h02
Duração de áudio: 02:27
Subcomissão Temporária do Estatuto do Trabalho (CDHET) promove audiência pública para tratar sobre: “Formas de Trabalho: tipos de prestação de serviços, terceirização, teletrabalho, aplicativos, trabalho avulso, autônomo e voluntário”.

Mesa:
procurador do Trabalho, Paulo Joarês Vieira;
juíza do Trabalho - diretora de Direitos Humanos da Associação Nacional dos Magistrados do Trabalho (Anamatra), Luciana Conforti;
vice-presidente da CDHET, senador Paulo Paim (PT-RS); 
consultor legislativo do Senado Federal, Luiz Alberto dos Santos;
pesquisadora do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho (Cesit Unicamp), Ludmilla Abílio.

Foto: Geraldo Magela/Agência Senado
Geraldo Magela / Agência Senado

Transcrição
LOC: A SUBCOMISSÃO DO ESTATUTO TRABALHO DEBATEU NESTA SEGUNDA-FEIRA TERCEIRIZAÇÃO, TELETRABALHO E A CHAMADA UBERIZAÇÃO. LOC: A MEDIDA PROVISÓRIA FEITA À NOVA LEGISLAÇÃO TRABALHISTA TAMBÉM FOI ALVO DE DISCUSSÃO. REPÓRTER MARCELLA CUNHA. (Repórter) A Subcomissão Temporária do Estatuto do Trabalho discutiu tipos de prestação de serviços, terceirização, teletrabalho, aplicativos, trabalho avulso, autônomo e voluntário. O consultor legislativo do Senado, Luiz Alberto dos Santos, citou um trabalho da OIT sobre as reformas na legislação trabalhista de 110 países entre 2008 e 2014. Segundo Santos, na maioria dos casos, o foco das reformas foi no caráter protetivo da regulamentação. (Luiz Alberto) “Os contratos permanentes foram os centros dessas reformas, ou seja, a mudança de paradigma se dá precisamente a partir do enfraquecimento desses contratos como forma de proteção da relação de trabalho.” (Repórter) O representante do CSP Conlutas, Saulo Arcangeli, falou sobre a precarização do trabalho terceirizado. (Saulo Arcangeli) “De cada 10 acidente de trabalho 8 São terceirizados de cada 5 trabalhadores que morrem de acidente de trabalho 4 são terceirizados é você tem uma diferença salarial em torno de 30%.” (Repórter) A pesquisadora do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho, Ludmilla Abílio, disse que a reforma trabalhista abre portas para a Uberização, uma nova forma de organização de trabalho, onde as empresas passam a se apresentar como mediadoras. Segundo Ludmilla, o trabalhador fica reduzido a apenas mais uma peça na produção. (Ludmilla Abílio) “Você transformar esse trabalhador em ‘just in time’ é por exemplo o que o trabalho intermitente está fazendo na reforma trabalhista. Ele é um trabalhador que vai ser usado de acordo com as demandas da empresa.” (Repórter) Apesar de críticas feitas ao teletrabalho, o representante da Central Pública do Servidor, Alex Canuto, defendeu um aumento na qualidade de vida dos trabalhadores. (Alex Canuto) “O trabalhador não precisa perder horas cruzando a cidade ele pode fazer a sessão de computador da sua casa. Nossa maior dificuldade de implementação é como medir resultado, muitas vezes.” (Repórter) O vice-presidente da comissão, senador Paulo Paim, do PT do Rio Grande do Sul, criticou as mudanças à Reforma Trabalhista enviadas por Medida Provisória. (Paulo Paim) “Foram apresentadas 967 emendas. Nunca, nenhum projeto aqui na Casa, recebeu tantas emendas. Superou a todo e qualquer projeto individual, inclusive a reforma trabalhista.” (Repórter) Os senadores da subcomissão devem divulgar a primeira versão do Estatuto do Trabalho no próximo Dia do trabalhador, primeiro de maio de 2018. MP 808 – Reforma Trabalhista

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