Servidores públicos reagem às reformas do governo que atingem a categoria — Rádio Senado
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Servidores públicos reagem às reformas do governo que atingem a categoria

Representantes de diversas carreiras do Serviço Público contestaram as razões do governo para as propostas que atingem os servidores, durante audiência pública, nesta quinta-feira (09), da Comissão Senado do Futuro. Foram criticadas a MP 805/2017, que cancela aumentos já aprovados para os servidores e eleva a contribuição previdenciária para 14%; a Medida Provisória 792/2017, que cria o Programa de Desligamento Voluntário de servidores públicos e a PEC 287/2016, em tramitação na Câmara dos Deputados, que reforma a Previdência Social. Para o presidente da comissão, senador Hélio José (PROS-DF), falta de capacidade gerencial e a corrupção não são responsabilidade dos servidores públicos.

09/11/2017, 20h15 - ATUALIZADO EM 09/11/2017, 20h48
Duração de áudio: 02:05
Comissão Senado do Futuro (CSF) realiza audiência pública interativa para tratar sobre o futuro do funcionalismo público frente as medidas que tem sido tomadas pelo Governo Federal com respeito à previdência destes, o cancelamento de concursos e a política salarial.

Mesa:
presidente da Associação Nacional dos Especialistas em Políticas Públicas e Gestão Governamental (Anesp) e diretor da  Pública-Central do Servidor, Alex Canuto;
secretário-geral da Confederação dos Trabalhadores no Sérviço Público Federal (Condsef), Sérgio Ronaldo da Silva;
presidente da CSF, senador Hélio José (Pros-DF);
diretor de assuntos parlamentares do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Sindifisco Nacional), José Devanir de Oliveira;
presidente do Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo Federal e do Tribunal de Contas da União (Sindilegis), Petrus Elesbão.

Foto: Roque de Sá/Agência Senado
Foto: Roque de Sá/Agência Senado

Transcrição
LOC: REPRESENTANTES DE DIVERSAS CARREIRAS DO SERVIÇO PÚBLICO CONTESTARAM AS RAZÕES DO GOVERNO PARA AS PROPOSTAS QUE ATINGEM OS SERVIDORES PÚBLICOS. LOC: FALTA DE CAPACIDADE GERENCIAL E A CORRUPÇÃO NÃO SÃO RESPONSABILIDADE DOS SERVIDORES PÚBLICOS, AFIRMOU O SENADOR HÉLIO JOSÉ, EM AUDIÊNCIA DA COMISSÃO SENADO DO FUTURO. REPÓRTER CARLOS PENNA BRESCIANINI. TÉC: A comissão Senado do Futuro ouviu diversos representantes dos servidores públicos em audiência pública. Na reunião foram debatidos dois projetos: a MP 805 e a PEC 287. A MP 805 adia por um ano a correção de salários dos servidores e aumenta a tributação da contribuição previdenciária, de 11 para 14%. Já a PEC 287 aumenta o tempo de contribuição e cria novas regras para as aposentadorias dos servidores públicos. O senador Hélio José, do PROS do Distrito Federal, autor do requerimento da audiência da Comissão, afirma que ambas proposições são prejudiciais aos servidores: (HÉLIO) Governo passa, o estado fica, o servidor público é estável. Por isso vamos barrar a Medida Provisória 805, porque ela é altamente lesiva e destrutiva contra os trabalhadores brasileiros e contra o serviço público. Ficou comprovado por A e B que não há déficit na Seguridade Social. Então não há motivação para aprovação da PEC da Morte, a PEC 287. (REP) José Devanir de Oliveira, diretor do SINDIFISCO, mostrou que há diversas outras maneiras do governo arrecadar dinheiro sem precisar prejudicar os direitos dos servidores: (DEVANIR) Bastaria o governo retomar a tributação sobre a distribuição de lucros e dividendos. Cálculos feitos com base em dados de 2010. Hoje arrecadaria 18 bilhões e 423 milhões. Portanto, o problema é de gestão. (REP) Petrus Elesbão, presidente do SINDILEGIS, lembrou que há bilhões de reais em impostos sonegados que o governo não cobra: (PETRUS) A sonegação fiscal está em torno de 450 bilhões/ano. Está saindo pelo ralo da corrupção em torno de 200 bilhões/ano. E a gente não vê o governo tomando uma atitude radical pra conter isso. Muito mais fácil a gente subir a alíquota do INSS do servidor público. (REP) Também participaram da audiência Sérgio Ronaldo da Silva, da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público e Alex Canuto, da Pública Central do Servidor. Da Rádio Senado, Carlos Penna Brescianini.

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