IFI divulga estudo sobre operações de curtíssimo prazo envolvendo títulos públicos — Rádio Senado
Economia

IFI divulga estudo sobre operações de curtíssimo prazo envolvendo títulos públicos

A Instituição Fiscal Independente divulgou mais um estudo. Desta vez, sobre as operações compromissadas de títulos públicos pelo Banco Central. Essas operações, que envolvem o compromisso de recompra dos títulos no futuro, são comuns, mas alcançaram um volume fora do usual no Brasil, cerca de um quarto da dívida pública.

01/11/2017, 13h13 - ATUALIZADO EM 01/11/2017, 13h35
Duração de áudio: 02:00

Transcrição
LOC: A INSTITUIÇÃO FISCAL INDEPENDENTE DIVULGOU MAIS UM ESTUDO. DESTA VEZ, SOBRE AS OPERAÇÕES COMPROMISSADAS DE TÍTULOS PÚBLICOS PELO BANCO CENTRAL. LOC: ESSAS OPERAÇÕES, QUE ENVOLVEM O COMPROMISSO DE RECOMPRA DOS TÍTULOS NO FUTURO, SÃO COMUNS, MAS ALCANÇARAM UM VOLUME FORA DO USUAL NO BRASIL, CERCA DE UM QUARTO DA DÍVIDA PÚBLICA. REPÓRTER BRUNO LOURENÇO. (Repórter) As operações compromissadas são de compra ou venda de título, e, como o próprio nome diz, com o compromisso de recompra ou revenda do mesmo título em uma data futura. É uma espécie de empréstimo tendo geralmente uma garantia pública como lastro. Para o governo brasileiro é uma forma rápida de conseguir recursos; e para o sistema financeiro a operação oferece poucos riscos. O problema pode acontecer quando o volume chega a um número como o brasileiro. O consultor Josué Pellegrini explicou que essas operações, normalmente de curtíssimo prazo, equivalem hoje a um quarto da dívida bruta do País. Josué destacou que o aumento das compromissadas veio com a política de expansão das reservas internacionais. (Josué Pellegrini) O Banco Central comprava as divisas que estavam entrando no País. Para evitar que esse aumento brutal de recursos externos afetasse o desempenho da economia, ele estava comprando essas reservas. Ao comprar essas reservas, dólares, principalmente, ele joga dinheiro na economia. O resultado seria o excesso de liquidez na economia. O que o Banco Central fazia pra enxugar esse aumento de liquidez? Ele fazia as operações compromissadas. (Repórter) Josué Pellegrini diz que o desafio agora é como diminuir esse volume sem interferir demasiadamente na economia. (Josué Pellegrini) Dado que as compromissadas chegaram neste nível, mais de um trilhão de reais, cerca de 18% do PIB, isso é algo que terá que ser desfeito em algum momento. E como é um valor muito alto, muito provavelmente ao longo do tempo, de forma muito gradual. (Repórter) O estudo publicado pela Instituição Fiscal Independente apontou que entre 14 países emergentes que tiveram grande entrada de recursos externos na última década, o Brasil foi disparado o que mais se valeu de operações compromissadas. Enquanto a carteira brasileira correspondia a mais de 24% do PIB, ao final de 2016, o segundo lugar, Filipinas, tinha apenas 3%.

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