CRE debate os desafios do Brasil nas atuais disputas internacionais
A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) debateu na segunda-feira (3) os desafios do Brasil em relação às atuais disputas internacionais. A globalização e a crise econômica foram alguns dos temas tratados. O ciclo de debates, organizado pelo senador Fernando Collor (PTC–AL), presidente da CRE, reuniu diplomatas que analisaram o quadro político internacional e sua repercussão na economia do Brasil e dos demais países. Durante o debate, foram destacados temas como qualificação profissional dos trabalhadores para atração de investimentos ao país e formalização de acordos internacionais na área do comércio para incentivar a competitividade nacional.
Transcrição
LOC: A COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORES DEBATEU NESTA SEGUNDA-FEIRA OS DESAFIOS DO BRASIL EM RELAÇÃO ÀS ATUAIS DISPUTAS INTERNACIONAIS.
LOC: A GLOBALIZAÇÃO E A CRISE ECONÔMICA FORAM ALGUNS DOS TEMAS TRATADOS. REPÓRTER CARLOS PENNA BRESCIANINI.
TÉC: A Comissão de Relações Exteriores do Senado debateu os efeitos da globalização no Brasil e no mundo. O ciclo de debates, organizado pelo senador Fernando Collor, do PTC de Alagoas, presidente da CRE, trouxe diplomatas que analisaram o quadro político internacional atual e suas influências na economia do Brasil e do mundo. O senador Wellington Fagundes, do PR de Mato Grosso, questionou a influência da educação na formação de trabalhadores qualificados e como essa aprendizagem pode atrair investimentos:
(WELLINGTON) E como fazer para trazer essa política para atração de investimentos de ponta? O que temos que fazer? A questão da educação. Foi criado pelo governo o Pronatec. Mas a gente para e vê Brasil afora, vagas sendo oferecidas e não tem alunos. Ou muitos começam o curso e pela baixa qualidade, desistem.
(PENNA) O embaixador Rubens Barbosa, diretor do Instituto de Relações Internacionais e Comércio Exterior, fez questão de destacar a necessidade do Brasil atuar principalmente na área comercial:
(BARBOSA) O Brasil estava isolado do ponto de vista comercial. Negociou três acordos, quando o mundo inteiro negócios 400 acordos. Na parte científica, tecnológica, inovação, o Brasil ficou muito fechado. Nós temos de fazer esses acordos internacionais. Tem que entrar para a OCDE. Então a gente tem que acompanhar essas regras internacionais, para que a gente possa entrar nas cadeias produtivas globais, a gente possa começar a competir. (PENNA): O secretário de Planejamento Diplomático do Itamaraty, ministro Benoni Belli, destacou três pontos centrais:
(BENONI) Em primeiro lugar, há um descompasso que existe entre as regras vigentes, as instituições vigentes na ordem internacional contemporânea e a realidade de poder que já se alterou muito desde o final da 2ª Guerra Mundial. Em segundo lugar, que há hoje novos desafios á ordem mundial, de um sentimento cada vez mais forte de mal-estar com a Globalização. Em terceiro lugar, como o Brasil pode se antecipar às tendências internacionais. Mas eu acho que a voz do Brasil é sempre uma voz de moderação, de busca de negociação, de insistência na diplomacia.
(PENNA) A próxima audiência do ciclo de debates será dia 16 de outubro, sobre Terrorismo e Ameaça Cibernética. Da Rádio Senado, Carlos Penna Brescianini.