Pesquisa mostra que número de mulheres que declaram ter sido vítimas de violência doméstica cresceu nos últimos dois anos — Rádio Senado
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Pesquisa mostra que número de mulheres que declaram ter sido vítimas de violência doméstica cresceu nos últimos dois anos

A Lei Maria da Penha (Lei 11340/2016) completa 11 anos, na próxima segunda feira (07). Pesquisa recente do Datasenado e do Observatório da Mulher Contra a Violência mostra que o número de mulheres que declaram ter sido vítimas de violência doméstica aumentou nos dois últimos anos. Para a procuradora da mulher no Senado, senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB - AM), é importante saber se aumentou a violência ou se as mulheres estão se sentindo mais seguras para denunciar.

03/08/2017, 13h46 - ATUALIZADO EM 03/08/2017, 14h53
Duração de áudio: 02:08
Waldemir barreto/Agência Senado

Transcrição
LOC: A LEI MARIA DA PENHA COMPLETA 11 ANOS, NA PRÓXIMA SEGUNDA FEIRA, 7 DE AGOSTO. LOC: PESQUISA RECENTE DO DATASENADO E DO OBSERVATÓRIO DA MULHER CONTRA A VIOLÊNCIA MOSTRA QUE O NÚMERO DE MULHERES QUE DECLARAM TER SIDO VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA AUMENTOU NOS DOIS ÚLTIMOS ANOS. REPÓRTER MARCELA DINIZ: (Repórter) A Lei Maria da Penha completa 11 anos e o número de mulheres que declaram ter sofrido violência doméstica subiu de 18% para 29% entre 2015 e 2017; desde 2005, o índice se mantinha entre 15% e 19%. Os dados estão na sétima edição da pesquisa bianual feita pelo DataSenado, divulgada em junho. Desde o ano passado, o Instituto trabalha em parceria com o Observatório da Mulher contra a Violência do Senado, para sistematizar os indicadores relativos às agressões. Para a procuradora da mulher no Senado, senadora Vanessa Grazziotin, do PCdoB do Amazonas, é importante saber se aumentou a violência ou se as mulheres estão se sentindo mais seguras para denunciar: ( Vanessa Grazziotin) O estudo do DataSenado mostra ter aumentado o número de mulheres que declararam ter sofrido violência. Nós temos que ter mais indicações para chegarmos à conclusão se é a violência que aumenta ou se é a coragem das mulheres em revelar fatos de violência que têm influído no crescimento desses números. (Repórter) A senadora Simone Tebet, do PMDB de Mato Grosso do Sul, autora do projeto que criou o Observatório da Mulher contra a Violência do Senado, lembrou que, segundo a OMS, uma em cada três mulheres sofre violência conjugal e que as agressões têm diversas formas: (Simone Tebet) Começa com o xingamento, o empurrão; parte para a violência física, o cárcere privado, podendo chegar no estupro e até no feminicídio. (Repórter) Na sessão do Congresso Nacional que comemorou a primeira década da Lei, em 2016, a farmacêutica Maria da Penha Fernandes falou que, para mudar os indicadores da violência contra a mulher, é preciso mudar a cultura machista: (Maria da Penha) Para desconstruir essa cultura que faz com que o homem aprenda na sua casa que agredir é normal, porque viu seu pai agredindo a sua mãe, seu avô agredindo a sua vó e que vai ser perpetuado. (Repórter) A sétima pesquisa da série histórica sobre violência contra a mulher está disponível no site: www.senado.leg.br/institucional/datasenado. Lei 11.340/2006

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