CDH debate impactos do uso de amianto na saúde da população — Rádio Senado

CDH debate impactos do uso de amianto na saúde da população

A vedação à fabricação e uso do amianto foi discutida nesta segunda-feira (8) na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado (CDH). O debate teve participação de associações que defendem a proibição do produto e de associações contrárias e de vítimas de contaminação, além de representantes de órgãos do governo.

O senador Paulo Paim (PT–RS), vice-presidente da CDH e autor de um projeto (PLS 30/2017) que propõe o banimento do amianto, explicou na Comissão que não quer acabar com empregos, mas que tem preocupação com a saúde dos trabalhadores.

08/05/2017, 12h53 - ATUALIZADO EM 08/05/2017, 15h51
Duração de áudio: 02:17
Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) realiza audiência interativa para debater sobre o tema: "A Utilização do Amianto no Brasil".

Mesa (E/D):
assessor jurídico da Associação Brasileira dos Expostos ao Amianto (Abrea) e presidente da Comissão de Ética do Palácio do Planalto, Mauro Menezes;
representante da Central Única dos Trabalhadores (Cut), Maria de Fátima Velozo Cunha;
presidente da Federação Internacional dos Trabalhadores do Amianto Crisotila (Fitac), Adilson Conceição Santana;
vice-presidente da CDH, senador Paulo Paim (PT-RS);
professor doutor da Universidade Estadual de Campinas(Unicamp), Ericson Bagatin;
médico especialista no tema, Milton do Nascimento;
procurador do trabalho e membro do Programa Nacional de Erradicação do Amianto do Ministério Público do Trabalho, Luciano Lima Leivas.

Foto: Pedro França/Agência Senado
Pedro França/Agência Senado

Transcrição
LOC: ESTUDOS CIENTÍFICOS REALIZADOS NO BRASIL E NO EXTERIOR CONCLUÍRAM QUE O USO DO AMIANTO COM TECNOLOGIAS MODERNAS NÃO CAUSA MAL À SAÚDE. LOC: O ASSUNTO FOI DISCUTIDO NESTA SEGUNDA-FEIRA NA COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS E TEVE PARTICIPAÇÃO DE ASSOCIAÇÕES QUE DEFENDEM A PROIBIÇÃO DO PRODUTO. MAIS INFORMAÇÕES COM O REPÓRTER FLORIANO FILHO. (Repórter) O Brasil já usa amianto há mais de um século. O mineral é utilizado especialmente na fabricação de telhas e caixas d’água. Com uma única mina em Goiás e 15 empresas, o Brasil está entre os três maiores produtores de amianto no mundo. Alegando que o produto causa doenças respiratórias, inclusive câncer, o representante da Associação Brasileira dos Expostos ao Amianto, Mauro Menezes, defendeu a proibição do uso do produto no Brasil (Mauro Menezes) O amianto já foi banido (...) em mais de 60 países. Inclusive em todos os países componentes da União Europeia. O senador Paulo Paim, do PT gaúcho, autor de um projeto que bane o amianto, explicou na Comissão de Direitos Humanos que não quer acabar com empregos, mas tem preocupação com a saúde dos trabalhadores. (Paulo Paim) O pior de tudo é o câncer, por exemplo, os técnicos é que vão falar, que pode originar o trabalho com amianto. Mas o importante (...) é ouvir os dois lados. O professor de Saúde Coletiva na Universidade Campinas, Ericson Bagatin, liderou um estudo internacional, em que os cientistas pesquisaram a exposição ao amianto crisotila, usado para fins comerciais. A pesquisa durou 30 anos e não encontrou riscos para a saúde. (Ericson Bagatin) A conclusão é essa. Com a exposição ao crisotila nós não evidenciamos a presença de doenças (...) nessa população controlada. (Repórter) O médico especialista no assunto, Milton Nascimento, também disse que não há motivos de saúde que justifiquem o banimento do amianto. Para Adilson Conceição Santana, presidente da Federação Internacional dos Trabalhadores do Amianto, as novas tecnologias e instalações industriais utilizadas atualmente garantem a segurança e a saúde do trabalhador. (Adilson Conceição Santana) O uso seguro e responsável, sem problema algum. Doenças são coisas do passado. (Repórter) O projeto de lei que proíbe o amianto está na Comissão de Infraestrutura aguardando a escolha de um relator. PLS 30/2017

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