Comissão de Relações Exteriores debate gestão de Donald Trump e situação da Síria — Rádio Senado

Comissão de Relações Exteriores debate gestão de Donald Trump e situação da Síria

Ao sair em defesa das Nações Unidas, presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado (CRE) critica ataque dos Estados Unidos à base militar na Síria, que, para o senador, coloca em risco a segurança internacional. Ex-chanceler brasileiro e especialistas alertam para o perigo de um eventual desentendimento do governo americano com a Coreia do Norte no Ciclo de Debates "O Brasil e a Ordem Internacional: Estender Pontes ou Erguer Barreiras?" promovido pela CRE.

Nesta segunda-feira (10) ocorreu o  2º Painel com o tema: “O fim da Pax Americana? Donald Trump e a Ordem Internacional”. Abrangendo: Os reflexos do Governo Donald Trump para as relações internacionais; A política externa norte-americana; Intervencionismo e isolacionismo; As iniciativas de containment em relação à China e à Rússia; Campanhas militares de combate ao terrorismo; A política de leadership from behind e de no boots on the ground;e, O não ao Estado Palestino.

10/04/2017, 23h04 - ATUALIZADO EM 11/04/2017, 10h56
Duração de áudio: 03:15
Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) realiza audiência  interativa - Ciclo de Debates "O Brasil e a Ordem Internacional: Estender Pontes ou Erguer Barreiras?".

Mesa (E/D):
ex-ministro das Relações Exteriores, Celso Lafer;
presidente da CRE, senador Fernando Collor (PTC-AL);
professor da Universidade Católica de Brasília, Creomar de Souza;
consultor Legislativo, Joanisval Gonçalves.

Foto: Moreira Mariz/Agência Senado
Moreira Mariz

Transcrição
LOC: AO SAIR EM DEFESA DAS NAÇÕES UNIDAS, PRESIDENTE DA COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORES CRITICA ATAQUE DOS ESTADOS UNIDOS À BASE MILITAR NA SÍRIA. LOC: EX-CHANCELER BRASILEIRO E ESPECIALISTAS ALERTAM PARA O PERIGO DE UM EVENTUAL DESENTENDIMENTO DO GOVERNO AMERICANO COM A COREIA DO NORTE. REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN. (Hérica): O presidente da Comissão de Relações Exteriores, Fernando Collor do PTC de Alagoas, avalia que o ataque dos Estados Unidos a uma base militar na Síria coloca em risco a segurança internacional. Ele criticou o fato de a Casa Branca ter passado por cima do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que tinha se reunido para condenar o ataque com armas químicas supostamente atribuído ao governo sírio e que matou mais de 80 pessoas, entre elas cerca de 30 crianças. (Collor) Bastando para isso uma atitude unilateral de um país, passando por cima da Organização das Nações Unidas. Ou seja, toma-se uma atitude para que depois ela seja homologada pelo Conselho de Segurança. Quando, segundo consta, as Nações Unidas foram criadas exatamente para impedir que ações unilaterais fossem tomadas sem que houvesse o apoio do Conselho de Segurança. REP: O ex-ministro de Relações Exteriores dos governos Collor e Fernando Henrique, Celso Lafer, avalia que o ataque norte-americano à Síria não remete para uma 3ª Guerra Mundial. (Lafer) Esse ataque da Síria não representa uma ameaça de uma Terceira Guerra Mundial. Representa uma mudança significativa da dinâmica política do Oriente Médio. É uma posição que o Trump está tomando e que terão seus efeitos, por exemplo, em relação à Rússia e há um componente não depurado de instabilidade e tensão. Acho mais preocupante a situação da Ásia e da Coreia do Norte e Coreia do Norte tem armas nucleares. REP: Já o professor de Relações Exteriores da Universidade Católica de Brasília, Creomar de Souza, chamou atenção para o fato de os Estados Unidos terem comunicado previamente à China e à Rússia, aliada de Bashar al-Assad sobre o ataque à base síria apesar de não ter o respaldo das Nações Unidos para o ataque. (Creomar) A decisão é unilateral, mas ela é comunicada aos chineses e os russos. Então, esse unilateralismo tem limitações e essas limitações envolvem de um lado a própria percepção do presidente do seu núcleo de tomada de decisão acerca da realidade e a percepção muito clara de que você não pode fazer movimentos muito bruscos quando eles envolvem interesses de uma potência importante como a Rússia. É feito o bombardeiro, mas é comunicado antes. REP: O consultor legislativo Joanisval Gonçalves alertou que a comunidade internacional deve se preocupar com a tensão provocada pela Coreia do Norte com os testes com mísseis. (Joanisval) Relações internacionais é um grande tabuleiro de xadrez. Cada peça movimentada tem sua importância. Claro que a Síria é fundamental na estrutura de poder e nas relações de poder no Oriente Médio. Mas a Coreia do Norte não pode ser esquecida. O conflito entre a Coreia do Norte e Coreia do Sul é um conflito que já vai por décadas. Nesse sentido é importante que as potências estejam atentas àquela situação. REP: Os Estados Unidos querem que a China pressione a Coreia do Norte contra esses testes com armas nucleares assim como espera que a Rússia retire o apoio ao governo da Síria. Da Rádio Senado, Hérica Christian.

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