CDH e Procuradoria da Mulher se reuniram para avaliar impacto da reforma da Previdência na vida das mulheres
Transcrição
LOC: O IMPACTO DA REFORMA DA PREVIDÊNCIA NA VIDA DAS MULHERES FOI TEMA DE AUDIÊNCIA PÚBLICA NESTA QUINTA-FEIRA.
LOC: SEGUNDO ESPECIALISTAS, SE APROVADA, A MEDIDA VAI PREJUDICAR AS MULHERES DO CAMPO E DA CIDADE. A REPORTAGEM É DE ANA BEATRIZ SANTOS.
TÉC: A Comissão de Direitos Humanos e a Procuradoria da Mulher do Senado se reuniram para avaliar o impacto da proposta de emenda à Constituição de Reforma da Previdência na vida das mulheres. A senadora Vanessa Grazziotin, do PC do B do Amazonas, avaliou a intenção anunciada pelo governo federal de retirar da proposta os servidores estaduais e municipais. Em sua opinião, a alteração quer esvaziar as manifestações contra a medida.
(Vanessa Grazziotin) “Pra tentar tirar os servidores do estado e dos municípios da luta contra a Reforma da Previdência. Mas ele não tá tratando com ignorante, porque os trabalhadores da educação e os policiais mais do que ninguém sabem que a reforma nacional aprovada, imediatamente será aprovada as estaduais, assim como foi feito com o teto dos gastos públicos,”.
(Repórter) As mulheres da cidade e do campo seriam igualmente prejudicadas com a Reforma da Previdência. A presidente do Instituto dos Advogados Previdenciários, Luciana Farias, lembrou que as mulheres vão perder o único recurso que existe hoje para corrigir os salários menores e o desgaste que elas têm devido à dupla jornada, que é a aposentadoria aos 30 anos de contribuição, cinco anos a menos que os homens, que precisam trabalhar 35 anos. A professora de economia da UFRJ Denise Gentil mostrou dados que comprovam que a maioria das mulheres se aposenta por idade, e não por tempo de contribuição, porque não conseguem comprovar o recolhimento de 30 anos. A senadora Fátima Bezerra, do PT do Rio Grande do Norte, acredita que a Reforma da Previdência será cruel para o país.
(Fátima Bezerra) “. Querer elevar a idade mínima pra 65 anos, num país como o Brasil que guarda ainda tantas desigualdades sociais e regionais, e é evidente que com relação às mulheres temos toda razão, ela afeta ainda mais duramente”.
(Repórter) Outro ponto levantado pelas convidadas foi a dificuldade de algumas categorias para comprovar o tempo de contribuição, o que, inviabiliza que a maioria das mulheres consiga se aposentar com o valor integral.
PEC 55/2016