Tempo de contrato de jogadores jovens com clubes está em discussão no Senado
Transcrição
LOC: PARLAMENTARES E ESPECIALISTAS AVALIAM QUE PROJETO QUE REDUZ O TEMPO DE DURAÇÃO DE CONTRATOS DE JOVENS JOGADORES É BOM PARA EMPRESÁRIOS, MAS RUIM PARA OS CLUBES
LOC: PROPOSTA ESTÁ NA COMISSÃO DE ASSUNTOS SOCIAIS DO SENADO. REPÓRTER CARLOS PENNA BRESCIANINI.
(REP) A redução do tempo de contrato de jovens jogadores com seus clubes está em discussão no Senado. Já aprovada na Câmara dos Deputados a proposta está na Comissão de Assuntos Sociais, onde aguarda designação do relator. O PLC 16 de 2017 prevê a redução no tempo máximo de contrato entre um jogador com menos de 18 anos e o clube, dos atuais cinco para três anos. Na justificativa técnica, é mencionado o atendimento a um pedido da Confederação Brasileira de Futebol - a CBF – e à FIFA. O senador Álvaro Dias, do PV do Paraná, que participou da CPI do Futebol, avalia que o Plano pode prejudicar os clubes que formam o atleta e depois o perdem para clubes estrangeiros:
(Álvaro): A definição de cinco anos foi exatamente pra desestimular o êxodo de atletas jovens, a migração de jovens atletas do Brasil para o exterior ocorre com uma intensidade incomum. Muito cedo talentos brasileiros são negociados por empresários de jogadores com o exterior. Não nos traz nenhum benefício, do ponto de vista de manter por mais tempo no brasil os atletas talentosos.
(PENNA): Além de reduzir o tempo máximo dos contratos dos jovens atletas, a proposta ainda determina que seus períodos de treino e competições devem permitir a continuidade dos estudos do jogador. O advogado Pedro Trengrouse, que participou da comissão de juristas que elaborou um estudo de anteprojeto para uma nova Lei Geral do Desporto, também criticou a redução do tempo do contrato dos jovens atletas:
(TRENGROUSE 0:30): O Brasil hoje tem uma dificuldade de manter os seus craques no país. Por que? Porque os clubes têm uma situação econômica debilitada em relação aos clubes principalmente da Europa. E isso sem dúvida nenhuma permite que os clubes europeus levem os nossos jogadores muito cedo. A importância de assinar o primeiro contrato de trabalho por um prazo um maior é justamente para o clube no Brasil tenha condições de ficar com o atleta um pouco mais de tempo.
(PENNA): Caso aprovado pela Comissão de Assuntos Sociais, o Plano Nacional do Desporto segue para a Comissão de Educação. Da Rádio Senado, Carlos Penna Brescianini.