Delegação brasileira debate precificação do carbono na COP 22
Transcrição
LOC: SENADOR DEFENDE QUE O BRASIL ADOTE MECANISMO PARA SOBRETAXAR ATIVIDADES E PRODUTOS QUE CONTRIBUEM PARA A POLUIÇÃO.
LOC: ASSUNTO FOI DISCUTIDO HOJE, PELA COMITIVA BRASILEIRA, NA CONFERÊNCIA DO CLIMA, EM MARRAKECH. OS DETALHES COM A REPÓRTER PAULA GROBA, ENVIADA ESPECIAL DA RÁDIO SENADO À COP22:
TÉC: O Brasil é essencial no processo de discussão mundial em torno das mudanças climáticas. A afirmação é do negociador-chefe da COP 22, embaixador Aziz Mekouar, que elogiou a qualidade técnica e política do país nas negociações do Acordo de Paris e na elaboração da regulamentação das diretrizes em curso na Conferência do Clima.
(Aziz) “A participação do Brasil é absolutamente essencial. A qualidade da delegação brasileira, dos negociadores brasileiros é única. O nível técnico e o nível político da delegação brasileira é, eu não digo o melhor, mas um dos melhores”.
(REP) No nono dia de trabalhos em Marrakech, a delegação brasileira debateu a precificação do carbono com o secretário executivo do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas Alfredo Sirkis. A precificação do carbono ocorre quando se atribui um valor econômico, por exemplo, às ações de redução das emissões de gases de efeito estufa por empresas. Para o relator da Comissão Mista de Mudanças Climáticas, senador Fernando Bezerra Coelho, do PSB de Pernambuco, o Brasil precisa iniciar o debate sobre o assunto de forma mais contundente e se alinhar a exemplos internacionais, como o Canadá e a França.
(Bezerra) “Acho que esse é um desafio que temos que colocar no Brasil. Essa discussão sequer foi iniciada, é importante portanto aproveitar os diversos fóruns de debate, na comissão mista, no fórum do clima, o governo federal, os governos estaduais para que a gente possa quem sabe na apreciação de uma reforma tributária, de uma reforma fiscal no Brasil já ter um viés para poder sobretaxar ou taxar os produtos que contribuem para a poluição”
(REP) Os senadores que participam da COP 22 também acompanharam o discurso do ministro do Meio Ambiente Sarney Filho na plenária principal do evento. Lídice da Mata, do PSB da Bahia, concordou com o ministro sobre a importância do trabalho conjunto entre as nações.
(Lídice) Porque além de destacar que o Brasil está fazendo a sua parte, ele destacou as novas metas indispensáveis para que todos os países cumpram. Especialmente a ideia que os outros países possam garantir as emissões de carbono num patamar menor e a discussão a respeito da possibilidade de compra e venda no mercado de carbono.
(REP) Ainda foi lançada pelo governo brasileiro a plataforma Biofuturo, um programa global de estímulos à produção de biocombustíveis. O evento teve a participação de representantes da Agência Internacional de Energia; da FAO, Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação; e de representantes de países como China, Estados Unidos, Finlândia, França e Reino Unido, que serão apoiadores da plataforma que vai trabalhar na difusão de tecnologia e de desenvolvimento de biocombustíveis e bioquímicos. Da Rádio Senado, Paula Groba.