CE adia votação do projeto que homenageia vaquejadas — Rádio Senado
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CE adia votação do projeto que homenageia vaquejadas

18/10/2016, 16h43 - ATUALIZADO EM 18/10/2016, 16h43
Duração de áudio: 02:21
Edílson Rodrigues/Agência Senado

Transcrição
LOC: A COMISSÃO DE EDUCAÇÃO ADIOU PARA A PRÓXIMA REUNIÃO A VOTAÇÃO DO PROJETO QUE HOMENAGEIA AS VAQUEJADAS. LOC: ATÉ ESTA TERÇA-FEIRA, MAIS DE 55 MIL PESSOAS SE MANIFESTARAM SOBRE A PROPOSTA NO PORTAL DO SENADO, 41 MIL DELAS CONTRÁRIAS À APROVAÇÃO. REPÓRTER ROBERTO FRAGOSO. (Repórter) A proposta, que já foi aprovada pela Câmara dos Deputados, torna patrimônio cultural imaterial brasileiro o rodeio, a vaquejada e manifestações relacionadas, como provas de laço e concursos de berrante. O projeto é alvo de muita atenção – e polêmica – pois no início de outubro uma decisão do Supremo Tribunal Federal declarou inconstitucional uma lei do Ceará que regulamentava os eventos como prática esportiva e cultural no estado. O relator, ministro Marco Aurélio, argumentou que o dever de proteger o meio ambiente e a proibição à crueldade contra animais, estabelecidos na Constituição, se sobrepõem ao aspecto cultural das vaquejadas. O relator, Otto Alencar, do PSD da Bahia, considera os rodeios parte essencial da cultura nordestina, e lembra que a atividade gera 600 mil empregos diretos e indiretos, além de movimentar cerca de 600 milhões de reais por ano. Otto defende que os organizadores já adotaram medidas para promover o bem-estar dos animais, como limitar a participação de cada boi, proibir chicotes e esporas, e por isso considera as críticas desproporcionais ao que pretende o projeto. (Otto Alencar) Nesse período em que eu fui designado relator dessa matéria, em toda a minha vida de político, nunca fui tão agredido por ativistas que pensam o contrário. Eu não me intimido, porque eu nasci no sertão da Bahia, tenho um pai boiadeiro, corri em vaquejada até os 40 e poucos anos. Se proibir a vaquejada, vai ter que proibir também a corrida de puro sangue inglês na cidade Jardim em São Paulo, tem que proibir o hipismo, o polo. (Repórter) A senadora Lídice da Mata, do PSB da Bahia, procurou separar a questão da proibição da vaquejada da condição de patrimônio imaterial, que, segundo ela, trata de reconhecer o mérito cultural dos rodeios. (Lídice da Mata) É preciso discutir o projeto no seu conteúdo. Também tenho toda a dedicação à causa dos animais, agora, discutir a regulamentação da vaquejada é uma coisa. A outra coisa é o reconhecimento da vaquejada e o seu conteúdo cultural em todas as partes do Brasil, que não é só no Nordeste. Aliás, o vaqueiro, que não está restrito à prática de vaquejada, existe em todas as regiões do Brasil. (Repórter) Vários senadores pediram vista, ou seja, mais tempo para analisar o projeto, que volta à pauta na próxima reunião. O senador Antonio Anastasia, do PSDB de Minas Gerais, anunciou que vai apresentar um voto em separado pela rejeição da proposta. PLC 24/2016

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