Especialistas e líderes sindicais discutem justiça fiscal em audiência da CDH
Transcrição
LOC: ESPECIALISTAS E LÍDERES SINDICAIS DISCUTEM TRABALHO E JUSTIÇA FISCAL EM AUDIÊNCIA PÚBLICA DA COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS.
LOC: OS PARTICIPANTES DO ENCONTRO OBSERVARAM QUE OS TRABALHADORES POBRES E DE CLASSE MÉDIA SÃO OS MAIS AFETADOS PELO MODELO TRIBUTÁRIO DO PAÍS. O REPÓRTER HEBERT MADEIRA TRAZ OS DETALHES.
TÉC:Audiência pública da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa debateu os temas do trabalho, desemprego, aposentadoria e discriminação, com ênfase na justiça fiscal. Os especialistas e líderes sindicais que participaram do debate apontaram aspectos que estão ligados à desigualdade na classe trabalhadora. A coordenadora nacional da Auditoria Cidadã da Dívida, Maria Lúcia Fattorelli, questionou a dívida pública brasileira, que segundo ela, privilegia os bancos e faz desvios para o sistema financeiro em vez de cumprir os deveres do Estado. Apesar do desemprego atingindo 11 milhões de pessoas, da queda do comércio e da retração de 4% do PIB, ela alegou que os bancos lucraram 20% a mais em 2015.
(Maria) O banco é uma atividade de prestação de serviços. Se toda a economia real caiu, de onde vem esse crescimento do lucro dos bancos? É evidente que está havendo uma estratégia de transferência de renda para o setor, e a engrenagem que move isso é o sistema da dívida.
(REP). Para Fatorelli, o modelo tributário do Brasil é um dos mais desiguais do mundo. Juscélia Vieira, secretaria geral da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal, disse que o trabalhador é o que mais paga a dívida. Por isso, ela defendeu o imposto sobre grandes fortunas, propriedades e o fim dos privilégios para empresas transnacionais.
(Juscélia). Quem paga neste país são os mais pobres. Que as empresas paguem o justo, porque nem isso elas pagam.
(REP). Para a senadora Fátima Bezerra, do PT do Rio Grande do Norte, o país está enfrentando um momento de perda de direitos das classes menos favorecidas.
(Fátima) O momento que estamos vivendo retrata muito bem essa configuração do país. Daqueles que insistem em não permitir que os filhos da senzala conquistem a cidadania.
(REP). Está previsto para breve o lançamento de uma frente parlamentar de defesa dos direitos do trabalhador. Da Rádio Senado, Hebert Madeira.