Maioria dos senadores que discursaram até agora são favoráveis ao afastamento da presidente — Rádio Senado
Processo de Impeachment

Maioria dos senadores que discursaram até agora são favoráveis ao afastamento da presidente

11/05/2016, 18h57 - ATUALIZADO EM 11/05/2016, 19h04
Duração de áudio: 05:06
Plenário do Senado durante sessão deliberativa extraordinária.


Foto: Jonas Pereira/Agência Senado
Jonas Pereira

Transcrição
LOC: A MAIORIA DOS SENADORES QUE DISCURSOU NO SEGUNDO BLOCO DE DEBATE NO PLENÁRIO SOBRE O IMPEACHMENT FOI FAVORÁVEL AO AFASTAMENTO DA PRESIDENTE DILMA ROUSSEFF. LOC: ALÉM DE DISCUTIREM SE HOUVE OU NÃO CRIMES DE RESPONSABILIDADE, VÁRIOS SENADORES COMENTARAM SOBRE A DETERIORAÇÃO DA ECONOMIA BRASILEIRA E OS MAIS DE ONZE MILHÕES DE DESEMPREGADOS NO PAÍS. REPÓRTER ROBERTO FRAGOSO TÉC (Repórter) O senador Ronaldo Caiado, do Democratas de Goiás, abriu o segundo bloco de oradores do processo de impeachment no plenário do Senado. Ele afirmou categoricamente que a presidente Dilma Rousseff cometeu crimes de responsabilidade. Caiado acusou o governo de ser irresponsável com as contas públicas ao tentar pagar mais de uma dívida com o mesmo dinheiro público. Lembrou também que os decretos de suplementação orçamentária desorganizaram as contas públicas brasileiras. A consequência, segundo ele, é uma das maiores crises econômicas que o Brasil já enfrentou. Caiado exibiu um gráfico mostrando cortes orçamentários pelo atual governo em vários setores. (Caiado) Baixou em 87% a creche; Pronatec, menos 62%; o Minha Casa, Minha Vida, menos 74%; aqui as rodovias, infraestrutura, menos 28%; saneamento básico, 74%; gestão de riscos e problemas de desastres, 79%; as UPAs, unidades básicas de saúde, menos 40%; e a segurança em menos 20% . (Repórter) Magno Malta, do PR do Espírito Santo, disse que Dilma maquiou e mentiu sobre a situação econômica do país para ganhar as eleições. Comparou o Brasil a um doente que precisa extirpar uma parte do corpo para não morrer. Magno Malta defendeu que o Senado tem que levar em conta o chamado conjunto da obra e lembrou que o Partido dos Trabalhadores não ajudou nem quando o país mais precisava. (Magno Malta) O PT que não quis votar a constituição cidadã de 88, o PT que não votou a lei de responsabilidade fiscal e se negou a votar o Plano Real, que nos tirou do fundo do fosso, do buraco horroroso onde nós estávamos. (Repórter) Ricardo Ferraço, do PSDB do Espírito Santo, também especificou os crimes de responsabilidade praticados pela presidente da República. E defendeu a legitimidade do processo do impeachment. Para ele, é um instrumento constitucional para defesa dos interesses da sociedade. (Ferraço) É no presidencialismo que o instituto do impeachment ganha relevo como instrumento de defesa do Estado contra o mal governante que se desvia do compromisso de respeitar a lei. Para Telmário Mota, do PDT de Roraima, Dilma Rousseff não cometeu crimes de responsabilidade. Ele se mostrou preocupado com um futuro governo Michel Temer, que estaria prestes a apontar vários ministros investigados por atos de corrupção. Telmário afirmou que o processo de impeachment resultou de vingança e revanchismo. (Telmário) Esse processo de impeachment contra a presidente Dilma, ele começou pela ótica do revanchismo da oposição, principalmente do PSDB. Passou pelo ódio e pela vingança do denunciado de corrupção, senhor Eduardo Cunha. Ângela Portela, do PT de Roraima, lamentou o fato da primeira mulher eleita como presidente da República estar sofrendo um processo de impeachment. Ela também negou que a presidente tivesse cometido crimes. E atribuiu o movimento contra a presidente a um pré-julgamento político para subverter a vontade das urnas e retirar do poder o partido vitorioso nas últimas eleições. (Ângela) Não houve até agora demonstração clara, inequívoca do cometimento de crime de responsabilidade, condição necessária para que uma presidente legitimamente eleita pelo voto de 54 milhões de brasileiros seja impedida de exercer as suas prerrogativas institucionais. Jorge Viana, do PT do Acre, disse que o Brasil está vivendo uma anarquia institucional. Ele afirmou que foi rompido o equilíbrio e a harmonia dos poderes no país. Para ele o Brasil já não é mais referência de democracia no continente. E defendeu as administrações dos presidentes Lula e Dilma. (Jorge Viana) Quando nós assumimos o governo, o risco país era de 1.400%. Agora é de 400. Chegamos a levar o Brasil ao grau de investimento. Caiu agora sim. Mas, mesmo com a queda, está muito melhor do que quando recebemos do presidente Fernando Henrique Cardoso. Querem falar de taxa de juros? Era de 23%. (Repórter) Desde o início do segundo bloco de oradores, pouco depois das 14 horas, a maioria absoluta dos senadores afirmou que houve crimes de responsabilidade e se manifestou a favor da admissibilidade do impeachment da presidente da República. Da Rádio Senado, Floriano Filho.

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