CDH debate luta contra a discriminação racial
Transcrição
LOC: 21 DE MARÇO É O DIA INTERNACIONAL DE LUTA CONTRA A DISCRIMINAÇÃO RACIAL, E O SENADO DEBATEU O ASSUNTO HOJE NA COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS.
LOC: REPRESENTANTES DO MOVIMENTO NEGRO E AFRO-DESCENDENTE RELATARAM AVANÇOS, MAS DESTACARAM QUE O PAÍS AINDA PRECISA SUPERAR A DISCRIMINAÇÃO. DETALHES COM A REPÓRTER PAULA GROBA.
(Repórter) Durante a audiência, representantes do governo destacaram avanços alcançados ao longo dos anos para garantir igualdade de direitos à população negra. Na visão do diretor do Departamento de Direitos Humanos do Ministério das Relações Exteriores, Alexandre Peña, nos últimos 15 anos o Brasil trabalhou ativamente na conquista da igualdade criando estruturas governamentais que representassem os negros no Poder Executivo, como a criação da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e do Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial. Alexandre Peña enfatizou que a atuação internacional do Brasil também tem avançado.
(Alexandre Peña) Vocês vão se recordar que o Brasil foi um país central pra que as Nações Unidas estabelecessem a primeira década internacional dos Afrodescendentes. Dentro dessa década nós temos vários objetivos a alcançar. Nós estamos trabalhando ativamente pra que nós tenhamos um Fórum Internacional de Afrodescendentes. Nós temos uma proposta para que se aprove uma Declaração Internacional dos Direitos dos Afrodescendentes.
(Repórter) Já a representante da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Luciana Ramos, destacou os ganhos da mulher negra com programas sociais.
(Luciana Ramos) Salientar o Minhas Casa Minha Vida é extremamente importante porque ele melhora a qualidade de vida das mulheres negras, juntamente com o Bolsa Família. O Bolsa Família trouxe autonomia, trouxe possibilidades pras mulheres negras inclusive de poderem enfrentar a questão da violência doméstica.
(Repórter) Para o representante da Fundação Cultural Palmares, Anderson Quack, direitos iguais ainda são buscados principalmente por negros que moram em comunidades mais carentes, como nas favelas do país.
(Anderson Quack) Sempre que a gente fala de racismo você olha pra dentro de uma favela e você vê que os direitos não são em nenhum nível assegurados. Eu aprendi que andar com um livro debaixo do braço poderia salvar a minha vida dentro da favela.
(Repórter) Na opinião do senador Cristovam Buarque, do PPS do Distrito Federal, que presidiu a reunião, o Brasil somente vai avançar de forma significativa nesse tema com ações que promovam o acesso igualitário à educação.