Comissão de Segurança de Barragens debate desastre ambiental de Mariana
Transcrição
LOC: O SENADO DISCUTIU NESTA TERÇA-FEIRA O DESASTRE AMBIENTAL DE MARIANA, EM MINAS GERAIS, E FORMAS DE PREVENIR NOVOS ROMPIMENTOS.
LOC: A AUDIÊNCIA PÚBLICA FOI PROMOVIDA PELA COMISSÃO DE SEGURANÇA DE BARRAGENS. REPÓRTER MARCELLA CUNHA.
(Repórter) A intenção da comissão temporária da Política Nacional de Segurança de Barragens é aprimorar a legislação federal para evitar novas tragédias ambientais, como a que aconteceu em Mariana, em novembro do ano passado. O rompimento da barragem do Fundão deixou 17 mortos, dois desaparecidos e causou danos ao meio ambiente que devem durar até 100 anos. Dentre as sugestões dadas por especialistas durante a audiência pública, está a construção de barragens de rejeitos usando somente o método “à jusante”, conhecido por reduzir os riscos de liquefação em zonas de atividade sísmica. Na barragem do Fundão foi usado o método construtivo à montante, que tem baixo custo e está mais associado à rupturas. O presidente da comissão, senador Antônio Anastasia, do PSDB de Minas Gerais, acredita que o Brasil pode seguir essa determinação, a exemplo do que acontece em outros países, como o Chile.
(Antonio Anastasia) “Ainda que seja mais caro, mas é bem mais seguro. É um critério para que a novas barragens já sejam com esse novo método construtivo mais seguro e as atuais construídas com esse método menos seguro, tenha dado um tempo para uma transformação gradativa.”
(Repórter) Segundo o procurador do Ministério Público de Minas Gerais, Carlos Eduardo Pinto, mais de 29 barragens estão em operação sem ter garantida a sua estabilidade.
(Carlos Pinto) “Até quando a gente vai esperar essas bombas-relógio continuarem ali? O rompimento da barragem de fundão é um exemplo claro que é impossível medir as consequências de um rompimento.”
(Repórter) Também participaram da audiência pública o projetista da Barragem do Fundão, Joaquim de Ávila, o professor da UFMG, Carlos Martinez, o engenheiro da VOGBR, empresa que elaborou estudos sobre a Barragem, José Mário Mafra, e o diretor de fiscalização do DNPM, Walter Arcoverde.