CDH debate eficácia dos armamentos usados pelas polícias brasileiras — Rádio Senado
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CDH debate eficácia dos armamentos usados pelas polícias brasileiras

A Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado (CDH) debateu nesta segunda-feira (22) a eficácia dos armamentos usados pelas polícias brasileiras. A falta de qualidade nos equipamentos e a necessidade de um ajuste nas normas de compra e utilização de armas, coletes à prova de balas e viaturas foram as principais reclamações dos policiais. O senador José Medeiros (PPS-MT), que já atuou como policial rodoviário, convocou o debate para discutir a evolução da indústria brasileira de armas e equipamentos.

22/02/2016, 13h17 - ATUALIZADO EM 22/02/2016, 13h30
Duração de áudio: 02:30
Foto: Roque de Sá/Agência Senado

Transcrição
LOC: A COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS DEBATEU HOJE A EFICÁCIA DOS ARMAMENTOS USADOS PELAS POLÍCIAS BRASILEIRAS. LOC: A FALTA DE QUALIDADE NOS EQUIPAMENTOS E A NECESSIDADE DE UM AJUSTE NAS NORMAS DE COMPRA E UTILIZAÇÃO DE ARMAS, COLETES À PROVA DE BALAS E VIATURAS FORAM AS PRINCIPAIS RECLAMAÇÕES DOS POLICIAIS. MAIS DETALHES COM A REPÓRTER PAULA GROBA. TÉC: A morte de policiais em confrontos com bandidos em várias regiões do País tem levantado questionamentos sobre a qualidade dos armamentos utilizados pelas polícias brasileiras. Durante um debate na Comissão de Direitos Humanos, policiais militares e federais relataram que o baixo padrão dos equipamentos adquiridos para a segurança pública tem ameaçado diariamente agentes e a própria sociedade. De acordo com o coronel Fabio Pizeta, Presidente da Associação dos Oficiais da Polícia Militar do Distrito Federal, a legislação atual impede que os policiais se preparem adequadamente para o combate ao crime. (FÁBIO) Nós já temos em 2016, 82 policiais mortos no Brasil. Mortos exatamente porque estamos num sistema de segurança pública do século 19, com fortes resquícios do império e nós estamos no século 21, numa república. É muito difícil trabalhar sem condições de adquirir o melhor equipamento. E uma legislação que amarra e dificulta do gestor de fazer as aquisições corretas. (Paula) Segundo o chefe de gabinete do Departamento da Polícia Rodoviária Federal, Eduardo Aggio de Sá, a compra de produtos de ponta esbarra na burocracia e na legislação desatualizada, que exige a compra de equipamentos exclusivamente brasileiros, considerados de qualidade inferior. (EDUARDO) Hoje para que um departamento de polícia faça a aquisição de um produto que é um acessório a uma arma de fogo é necessário se submeter uma solicitação ao Exército Brasileiro. Essa solicitação acaba gerando uma burocracia, um impedimento. (Paula) Panes em armas – que têm na maioria das vezes alcance inferior às utilizadas pelos bandidos –, viaturas inadequadas e falta de treinamento dos policiais também foram problemas apontados. O senador José Medeiros, do PPS de Mato Grosso, que já atuou como policial rodoviário, disse que convocou o debate para discutir a evolução da indústria brasileira de armas e equipamentos. (MEDEIROS) Eu creio que este debate não seja nem pra acusar as empresas nacionais. É no sentido de fazer com que elas possam evoluir. Evoluir inclusive na estrutura da arma. Eu sou um defensor, sou um nacionalista, mas quando se trata de segurança, a gente precisa procurar sim um outro tipo de saída. (Paula) A senadora Ana Amélia, do PP do Rio Grande do Sul, defendeu a melhora da qualidade dos equipamentos, lembrando a morte de um policial rodoviário, no ano passado, ao ser atingido por tiros que perfuraram o colete de proteção, que deveria ser à prova de balas. Da Rádio Senado, Paula Groba.

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