Eduardo Cunha acata pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff
Transcrição
LOC: O PRESIDENTE DO SENADO DIZ QUE É CEDO PARA SE MANIFESTAR SOBRE A ABERTURA DE PROCESSO DE IMPEACHMENT CONTRA A PRESIDENTE DILMA ROUSSEFF.
LOC: A OPOSIÇÃO NEGA QUE DECISÃO DO PRESIDENTE DA CÂMARA TENHA SIDO RETALIAÇÃO. ALIADOS DE DILMA ACREDITAM NO ARQUIVAMENTO DO PEDIDO. A REPORTAGEM É DE HÉRICA CHRISTIAN.
(Repórter) O presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha do PMDB do Rio de Janeiro, acatou o pedido dos juristas Hélio Bicudo e Miguel Reale Júnior pela abertura do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. O parecer se baseia nas chamadas pedaladas fiscais, manobras contábeis para esconder o rombo nas contas públicas, e em decretos liberando crédito extraordinário, todos em 2015. Os juristas alegam que Dilma descumpriu a Lei de Responsabilidade Fiscal por ter gastado recursos sem tê-los em caixa. O presidente do Senado, Renan Calheiros do PMDB de Alagoas, afirmou que ainda é muito cedo para os senadores se manifestarem.
(Renan Calheiros) Os fatos não estão instruídos. Não conheço o que o processo contém. Dependendo do que acontecerá na Câmara virá ou não ao Senado. Portanto, não é prudente antecipar qualquer posição.
(Repórter) O presidente do PSDB, senador Aécio Neves, de Minas Gerais, negou que a decisão do presidente da Câmara seja uma retaliação ao PT que votará a favor da cassação dele por suposto envolvimento na Lava Jato.
(Aécio Neves) A proposta que o presidente da Câmara aceita é uma proposta embasada juridicamente sem questionamentos Agora existe um trâmite. Vamos aguardar que a comissão seja instalada e que a presidente tenha amplo direito de defesa. REP: O líder do PT, senador Humberto Costa, de Pernambuco, avalia que o pedido de impeachment será arquivado.
(Humberto Costa) Muito embora não haja qualquer coisa que justifique essa decisão, a presidente Dilma não cometeu qualquer tipo de crime, não roubou, não abriu conta na Suíça, não cometeu nenhuma atividade ilícita. E nós da mesma forma que enfrentamos até agora, vamos enfrentar essa também.
(Repórter) O Senado só se manifestará sobre o pedido de impeachment se o Plenário da Câmara aprová-lo após aval de uma comissão especial. Nessa fase, que prevê o afastamento da presidente por 180 dias, caberá ao Senado o julgamento político pela perda definitiva do mandato.