Especialistas defendem reeducação dos agressores de mulheres — Rádio Senado
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Especialistas defendem reeducação dos agressores de mulheres

01/12/2015, 17h00 - ATUALIZADO EM 01/12/2015, 17h02
Duração de áudio: 01:55
Edilson Rodrigues/Agência Senado

Transcrição
LOC: ESPECIALISTAS DEFENDEM A REEDUCAÇÃO DE AGRESSORES DE MULHERES EM AUDIÊNCIA PÚBLICA DA COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS. LOC: PARA ELES, TRABALHAR COM OS AUTORES DE VIOLÊNCIA CONTRA MULHERES TAMBÉM É FAZER POLÍTICA PÚBLICA. REPÓRTER HEBERT MADEIRA. TÉC: (Repórter) O objetivo foi abordar a reeducação do agressor para contribuir com a Avaliação de Políticas Públicas do Combate à Violência Contra a Mulher feita anualmente pela comissão. A relatoria está por conta da senadora Regina Sousa, do PT do Piauí. Conforme a discussão, é necessário incluir a perspectiva de gênero em todas as intervenções do tratamento. Na maioria dos casos, os agressores não costumam ter antecedentes criminais e presenciaram ou passaram por agressões físicas na infância. O senador Donizeti Nogueira, do PT do Tocantins, defendeu que a convivência entre homem e mulher deve ser de parceria. Ele enfatizou que é preciso quebrar o sentimento de propriedade que a cultura machista ensina aos homens desde crianças. (Donizeti) Para isso ser combatido, é um aprofundamento do processo educacional desde a infância. É necessário ter punições severas, mas do também resignificar a vida desse homem no sentido que ele tem que entender também. (Repórter) Em alguns estados, já existem esses projetos. No Rio Grande do Norte, por exemplo, o juiz pode determinar a participação do agressor em programas de reeducação. Segundo a promotora de justiça Érica Verícia, o Programa Reflexivo de Homens funciona há três anos, e já atendeu mais de 300 homens em três cidades. Nesses casos, a reincidência é zero. Para a psicóloga Luciana Madureira, da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, há dificuldade no trabalho feito no sistema prisional porque o agressor não entende que o ato que ele realizou foi um crime. (Luciana) Quando eles saem, é o momento em que mais precisam de ajuda. A partir da nossa prática e estudo, percebemos que o encarceramento por si só não é suficiente. Devemos lembrar, no entanto, que todos eles sairão. (Repórter) O doutor Jamilson Campos, juiz da Primeira Vara Especializada de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher de Cuiabá, reforça que é preciso colocar em ação o Artigo 35 da Lei Maria da Penha. Ele observou que criar centros de tratamento pode ajudar a prevenir a morte de 4,8 mulheres a cada mil habitantes. Da Rádio Senado, Hebert Madeira.

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